Agustina Bessa-Luís faleceu há um ano, no dia 3 de junho. Conhecida não só como romancista, mas também como autora de peças de teatro, guiões de cinema, biografias, ensaios e livros infantis, a bibliografia da escritora conta com mais de meia centena de títulos.
Nascida em Vila Meã, em Amarante, a 15 de outubro de 1992, desde tenra idade se interessou por literatura. Esta paixão deveu-se em parte à influência do seu avô. Filha de um empresário e de mãe descendente de famílias espanholas, passou a sua infância em vários lugares do Norte e Douro de Portugal. Morou no Porto, Vila Nova de Gaia, Póvoa de Varzim, Águas Santas e Vila do Conde, lugares que vieram a servir de inspiração para a sua escrita.
A sua estreia literária deu-se com Mundo Fechado, em 1949. No entanto, foi com o romance A Sibila (1954) que Agustina Bessa-Luís ganhou voz no panorama literário português. Foi autora de diversos romances que foram adaptados para o cinema por Manoel de Oliveira, tais como Fanny Owen (Francisca) e Vale Abraão e as Terras de Risco (O Convento). Foi também autora de peças de teatro e guiões para televisão, tendo o seu romance As Fúrias (1977) sido adaptado para teatro em 1995, com encenação de Filipe La Féria.
Agustina Bessa-Luís ocupou ainda cargos de destaque. Foi diretora do diário O Primeiro de Janeiro, no Porto. Entre 1990 e 1993, foi diretora do Teatro Nacional D.Maria II e foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social. Foi ainda membro do Conselho Diretivo da Comunitá Europea degli Scrittori, em Roma, entre 1961 e 1962.
Venceu importantes prémios e distinções. Destacam-se o o prémio Vergílio Ferreira (2004), pela Universidade de Évora e o prémio Camões (2004). Foi distinguida com a Ordem de Sant’Iago da Espada, em 1980, e a Medalha de Honra da cidade do Porto, em 1988. Recebeu ainda o grau de “Officer de L’Ordredes Artes etdes Lettres”, pelo governo francês, em 1989.
Agustina Bessa Luís faleceu a 3 de junho de 2019, com 96 anos, no Porto. A escritora deixou um legado de mais de 40 obras de ficção, seis biografias, cinco obras de teatro e cinco livros de literatura infantil, para além de muitos ensaios e crónicas.