Stargirl chegou à HBO Portugal a 19 de maio. A criação de Geoff Johns e Lee Moder inspira-se na Era de Ouro da DC Comics e enaltece personagens criadas em 1941, queridas pelos fãs das histórias de quadradinhos.

A série arranca com impacto. Starman, acompanhado de Pat (Luke Wilson), trava uma batalha contra um grupo de vilões que leva a melhor, numa cena repleta de movimentos rápidos e efeitos especiais bem conseguidos. A atenção está captada e a narrativa avança dez anos, dando a conhecer Courtney Whitmore (Brec Bassinger), a estrela da ação.

Stargirl

Courtney é a típica adolscente americana: indignada por ter de se mudar, face o facto de a mãe ter um novo interesse romântico em Blue Valley. Recusa-se a dar uma oportunidade ao padrasto e não demonstra grande interesse pela nova escola. O conteúdo da personagem em si deixa a desejar, não acresentando nada de novo e ao cair no cliché americano, o que pode afastar a atenção do público mais velho.

O destino da jovem muda quando descobre que Pat esconde um segredo. O ex-parceiro de Starman tinha em sua posse o Ceptro mágico usado pelo primeiro, no momento da sua morte. Courtney é apanhada de surpresa quando se apercebe ser filha do famoso super-herói e, consequentemente, ter o dom de dominar o Ceptro. A partir deste momento, a protagonista mergulha numa longa cadeia de aventuras, guiada pelo padrasto e acompanhada por amigos da sua idade, que vai acumulando. Em comparação com a história original, a nova versão é simplificada e mais leve, não dando tanta atenção aos detalhes.

O responsável pela produção salienta desde início que o objetivo de Stargirl é trazer uma nova luz ao Universo da DC e encantar a audiência mais jovem. Afasta-se das criações clássicas e retrata a heroína de um modo moderno e comercializado, de modo a encaixar-se nos padrões de gosto das crianças e adolescentes. Os entusiastas mais antigos podem ficar desiludidos com esta nova abordagem, tão pouco leal às restantes obras da DC.

Stargirl

A contribuição de Brec Bassingir não é brilhante. O papel que interpreta não é complexo, o que deveria facilitar uma boa execução do mesmo, mas a atriz deixa-se ficar pela mediocridade.

A conceção estética, por oposição, é de destacar. Os figurinos são adequados e lembram as personagens da banda desenhada, aperfeiçoados ao pormenor. Os efeitos especiais elevam a qualidade da série, tornando-a mais dinâmica e impressionante.

Stargirl não assume um papel memorável. Quando o tópico são super-heróis, a fasquia é sempre alta, mas as expectativas nem sempre são superadas. Este novo projeto não chega ao nível de outros já apresentados pela Warner e passa despercebido.