A Direção da Associação Nacional de Estudantes de Medicina pretende reforços conjuntos e continuados para garantir “a máxima qualidade da educação médica em Portugal.”

Perante as declarações do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, a ANEM avança “a sua incredulidade e profunda desilusão.” Em comunicado, a associação alega a utilização de “argumentos populistas e demagógicos” por parte do ministro, argumentos esses “que revelam uma total incompreensão pelo processo de formação dos médicos.”

A associação relembra que se reuniu com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior em junho, quando apresentou dados recentes para explicar a “perversidade de aumentar o numerus clausus em Medicina.” A capacidade formativa das atuais Escolas Médicas “é mais do que suficiente para suprir as necessidades do sistema de saúde português no que concerne aos recursos humanos médicos.”

Desta forma, a ANEM acredita que o aumento do número de cursos de Medicina “ameaça gravemente a qualidade da prestação futura de cuidados médicos à população.” Apoia-se nos últimos 20 anos, onde se viu a triplicação do número dos estudantes, “acompanhado por um agravamento das condições e capacidade do Serviço Nacional de Saúde, hoje mais precário do que nunca.”

Para além disso, a associação afirma ser um “erro tremendo, incentivar a abertura de novas Escolas Médicas, para mais nos grandes centros populacionais.” Recorda o interior de Portugal que “permanece constantemente ignorado.” Questiona-se ainda como “é que a abertura dos novos cursos nos últimos 15 anos (p.e. no Algarve ou na Beira Interior) não contribuiu de forma significativa para a melhoria do acesso aos cuidados de saúde nestas regiões.”

Por fim, a ANEM relembra o seu compromisso, em conjunto com Ordem dos Médicos, o Conselho de Escolas Médicas Portuguesas e “a todos os que se juntarem a esta causa”, de defenderem “a máxima qualidade da educação médica em Portugal e de lutar pelos melhores cuidados de saúde”.