Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, denuncia ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de pressão sobre a Agência de Avaliação e Acreditação para a abertura de novos cursos de medicina.

Após a reação da Ordem dos Médicos perante as afirmações do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior,  Miguel Guimarães, do Bastonário dos Médicos, considera que a sua mensagem “pode levantar outro tipo de suspeitas”.

Em declarações à Lusa, o bastonário afirma que não tem nada “contra a formação de qualidade e se esta é feita no setor público ou no setor privado”. Para além disso, assegura que “aquilo que o ministro fez – e que não está correto e antigamente era impossível – foi pressionar de forma brutal a sua própria agência, a A3ES, para que esta aprove os novos cursos de medicina. E isto não está bem”.

Miguel Guimarães sublinha ainda que “o ministro sabia que as escolas médicas não têm mais capacidade”. O bastonário reitera que as limitações da resposta médica não estão a nível da formação, mas sim na integração e permanência dos profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Sendo assim, aponta a necessidade de oferta de melhores condições de ensino e de trabalho.

“Precisamos de convencê-los a ficar e oferecer melhores condições de trabalho. Só no setor privado, em exclusivo, já devem existir mais de 15 mil médicos”. O bastonário salienta que esta tendência leva a que faltem médicos “e como os cidadãos têm todos direito ao SNS, conhecem melhor os seus direitos e como temos uma população cada vez mais envelhecida, aumentou a procura dos serviços de saúde e nós estamos com dificuldade em dar resposta”.

Relembre-se que estas acusações foram também enumeradas por parte da Associação Nacional de Estudantes de Medicina, que recordam o compromisso na “máxima qualidade da educação médica em Portugal e de lutar pelos melhores cuidados de saúde.”