Na passada sexta-feira, dia 17 de julho, Ellie Goulding presenteou os fãs ao lançar um álbum pela primeira vez desde 2015. O novo projeto está dividido em duas partes, sendo a primeira mais sentimental e melancólica, em oposição ao ritmo animado da segunda.

Quando confrontada com o porquê de tanto tempo em silêncio, a artista britânica confessou ser precisamente disso que precisava para dar vida ao álbum perfeito: tempo. Acrescentou ter sentido algum desconforto no passado ao ouvir as próprias músicas e, especialmente, a cantá-las ao vivo, o que a motivou a fazer de Brightest Blue o mais pessoal possível.

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“Start” é a faixa ideal de arranque. Acompanhada por um piano, Ellie abre o coração desde início e canta de modo comovente sobre os danos que uma relação lhe provocou –“Feel like I’ve been barely living” – e o processo confuso mas libertador que é a superação. “I’m thinking about a new beginning, it’s never too late to start again”.

 A música não para de tocar e a energia relaxante mantém-se. Os temas encaixam-se uns nos outros e criam uma sensação de continuidade e união, quase como se ouvíssemos uma longa canção apenas.

“New Heights” é uma das favoritas de Goulding. A própria explicou sentir um carinho especial por esta faixa devido à simbologia: a conquista de amor próprio e a elevação pessoal. A cantora surpreende com o seu poder vocal e paixão quando canta “love for myself in this new light” facilmente fazendo do tema um dos prediletos dos fãs também.

 “Brightest Blue” atinge a perfeição. Acompanhada por uma orquestra de cordas friccionadas e um ritmo vibrante, Ellie encerra o primeiro capítulo do projeto de modo brilhante. Esta primeira parte foi comparada ao segundo álbum da artista, e entitulada pelos seus seguidores como “o irmão mais novo de Halcyon Days”.

 O lado B do disco apresenta uma dinâmica oposta. Reencontramos a faceta que mais trouxe fama a Ellie Goulding, numa compilação de faixas Pop que fazem lembrar “Love me like you do” e “Burn”.

Blackbear, Lauv, Diplo e Juice WRLD marcam presença e elevam a qualidade do projeto. Apesar de estimar todos os artistas com quem colaborou, a estrela britânica lamenta não ter tido oportunidade de trabalhar com outras mulheres e deixa a promessa de o fazer no futuro.

Brightest Blue possui um brilho que se destaca. É certamente um marco na carreira de Goulding, que atinge o seu potencial máximo e comove. Não posso deixar de recomendar que seja dada uma oportunidade à sua obra-prima, e que esta seja escutada por ordem, para que a história possa ser compreendida.