O protótipo já foi testado com sucesso em pacientes e destaca-se pela sua capacidade de detetar metástases 6 meses a 1 ano antes do que é possível em contexto clínico atual.

O INL – Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia – e a spin-off RUBYnanomed estão a desenvolver um sistema que deteta os tumores antes de se formarem. As metástases são responsáveis por 90% das 9,6 milhões de mortes por ano, relacionadas com o cancro.

O projeto, liderado pela investigadora Lorena Diéguez, pretende fazer frente às elevadas estatísticas mortais causadas pela propagação precoce do cancro. Tem também como objetivo encarar os medicamentos de terapia oncológica, que não são eficazes em 75% dos casos.

Em declarações ao ComUM, a investigadora explica que o projeto “visa a construção de uma solução que possa fornecer informações sobre o cancro, de maneira a que todos os pacientes possam ter um tratamento personalizado e adaptado às suas necessidades individuais em evolução”. Nesta medida, o INL e a RUBYnanomed pretendem criar uma tecnologia que permita uma monitorização regular e não invasiva dos pacientes através da biópsia líquida, que isola e classifica automaticamente as células cancerígenas com capacidade de se fixarem noutros órgãos, originando novos tumores de forma “silenciosa”.

O INL e a RUBYnanomed receberam o Fundo Caixa Impulse Consolidate para apoio na luta contra o cancro. Lorena Diéguez explica que o programa “é muito competitivo e oferece suporte a soluções altamente inovadoras, já validadas, para alcançar a disponibilidade de investimentos e aproximar-se das etapas de comercialização.”

Por fim, a investigadora adiantou ainda que os 300 mil euros recebidos da fundação La Caixa “ajudará a desenvolver um protótipo final, que pode ser testado em ensaios clínicos para alcançar a certificação CE”.