Aulas ao sábado e horários alargados fazem parte das novidades para o próximo ano letivo.

O início do próximo ano letivo é a maior incógnita para todos os estudantes. A pandemia enviou-os a todos para casa e agora, aos olhos de muitos alunos, é tempo de voltar a pisar a academia.

Com base naquilo que foi o último semestre, a preocupação dos estudantes incide principalmente nos métodos de ensino, uma vez que existe um acréscimo das dificuldades e limitações com o uso do meio digital, onde se englobam tanto as avaliações, como as aulas práticas, laboratoriais e performativas.   Em entrevista ao ComUM, Rui Oliveira sublinha que “os estudantes querem a maior interação e presença no campus possível, de forma a que não se percam as experiências que enriquecem e que acontecem de contacto não formal”.

De realçar que, há cerca de um mês, a AAUM enviou uma carta aberta ao Governo Português, Direção-Geral da Saúde, Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e à Universidade do Minho. O objetivo era obter esclarecimentos sobre as regras sanitárias das Instituições de Ensino Superior no ano letivo 2020/2021. A falta de respostas dos respetivos órgãos foi um dos motores para a ação mencionada: “É impossível saber questões como quantos alunos podem frequentar um auditório ou os próprios campi”, diz o Presidente da Associação.

Naturalmente, o regresso às aulas é irrealizável à semelhança daquilo que eram as condições antes da pandemia. Quando questionado sobre a previsão para o próximo ano letivo, Rui Oliveira conferencia: “Haverá certamente uma grande preocupação com a resolução dos que foram os principais problemas deste período, como as avaliações e as aulas práticas, e em conseguir o com o regresso aos campi generalizado”, tendo sempre em conta as limitações sanitárias.

Por consequência, a questão de conseguir que as aulas tenham a maior percentagem de presencial possível levanta outros impasses, nomeadamente de ação social, como o alojamento, que “é um problema instalado e a existir uma maior limitação, pode facilmente tornar-se numa crise”. Para além disso, “a diminuição dos rendimentos das famílias pode causar situações de abandono e isso não pode acontecer”.

“Perspetivam-se, assim, tempos difíceis para o Ensino Superior e requer uma especial atenção e soluções por parte da tutela, à qual já pedimos a alteração do Regulamento de Atribuição de Bolsas a Estudantes do Ensino Superior (RABEES)”, conclui Rui Oliveira.

Entretanto, o calendário escolar já saiu e apresenta o início das aulas a 6 de outubro. De relembrar ainda que o ministro da Ciência e do Ensino Superior já disse que o ensino superior “vai ser de certeza presencial” a partir do novo ano letivo, vincando que instituições têm de se adaptar à nova realidade.

*O ComUM tentou contactar a reitoria e, até ao momento da publicação, não obteve declarações.