Arthur Conan Doyle faleceu há 90 anos, no dia 7 de julho. O autor britânico extremamente racional é a prova de que existem obras eternas.

Arthur Conan Doyle nasceu em Edimburgo a 22 de maio de 1859. Filho de irlandeses católicos, entrou na Universidade de Edimburgo e concluiu o curso de Medicina, exercendo depois a profissão em Inglaterra, onde se estabeleceu.

Ao longo da sua vida académica, foi aumentando a sua paixão pela escrita e pela literatura. O autor foi escrevendo pequenas estórias até que, em 1887, conseguiu publicar na revista Beeton’s Christmas Annual aquela que deu uma reviravolta à sua vida. Um estudo em escarlate foi o primeiro dos cerca de 60 contos acerca do mais conhecido detetive do mundo: Sherlock Holmes.

Arthur Conan Doyle

DR

O excêntrico pensador de cachimbo rapidamente se tornou um sucesso. Contudo, a fama instalou-se definitivamente com a publicação do conto Um escândalo na Boémia (1891) na Strand Magazine. As aventuras deste detetive ainda ecoam nos dias de hoje. De adaptações da personagem a séries, filmes, museus e até em algumas expressões que acabamos por usar sem pensar na sua origem, o habitante de 221B Baker Street não morreu, de todo. Aliás, pensar na sua aniquilação é um pesadelo para alguns de nós, mas nem tanto para o seu criador.

Arthur Conan Doyle chegou a escrever uma carta à sua mãe onde confessava intenções de matar definitivamente a personagem de Sherlock Holmes porque julgava que este o limitava. O autor tentou findar as aventuras do detetive em O Problema Final (1893), mas o público descontente pressionou-o a continuar.

Médico, médico de guerra, oftalmologista, leitor furtivo, agnóstico assumido e pensador exímio – pois para criar numa personagem uma linha de pensamento tão perfeita, é preciso tê-la -, o autor sempre receou ser conhecido somente pelas aventuras da sua criação. Relembremos, portanto, não só Holmes, como também todos os restantes feitos e capacidades que o escritor já há 90 anos perpetua no universo da literatura.