Léa Seydoux comemora esta quarta-feira, dia 1 de julho, 35 anos. De Paris a Hollywood, a atriz tem o seu percurso marcado por uma Palma de Ouro e várias outras participações premiadas no cinema e na televisão.
Léa Hélène Seydoux-Fornier de Clausonne nasceu em 1985, em Passy, o 16º distrito de Paris. No seio de uma família protestante, a sua educação assentou num rigor intransigente. Rapidamente foi apresentada a contrastes acentuados. Por um lado, a mãe, Valérie Schlumberger, era filantropa e fundou vários projetos para promover a cultura em África, o que lhe mostrou a importância do altruísmo. Por sua vez, o pai, Henri Seydoux, era empresário e concedeu-lhe um contacto lapidado com o requinte parisiense.
A atriz viu o seu sonho de criança transformado. Após uma ambição pela música, da qual desistiu por timidez, tendo chegado a frequentar um conservatório, aos 18 anos nasceu a determinação para atuar. Deu os primeiros passos em aulas de teatro, mas seguiu para o Actors Studio em Nova Iorque.
Estreou o grande ecrã em 2006, interpretando um dos papéis principais em As Melhores Amigas. Entre 2006 e 2008, pairou por várias produções francesas, como Jalouse e Une Vielle Maîtresse.
Porém, o ponto de rutura só chegou dois anos mais tarde, quando Léa entrou na pele de Junie, ao lado de Louis Garrel, dando vida à musa de A Bela Junie (2008). Nomeada para o César e tendo conquistado o galardão de Melhor Atriz Revelação da Chopard, a ascensão da atriz rapidamente a catapultou para a assoberbada indústria cinematográfica internacional.
Atualmente considerada um ícone da nova geração do cinema europeu, contemplou Hollywood pela primeira vez na obra Sacanas sem Lei (2009), de Quentin Tarantino. Um ano depois, interpretou a rainha inglesa Isabel de Angoulême e partilhou o ecrã com Russel Crowe em Robin Hood (2010). Mais tarde, de Gabrielle, pelos olhos de Woody Allen, no filme Meia Noite em Paris (2011), passou à assassina Sabine Moreau em, Missão Impossível: Protocolo Fantasma (2011).
O público já tinha indícios do talento de Léa Seydoux, mas em 2013 a atriz revelou o seu esplendor máximo na longa-metragem A Vida de Adèle. Num prémio excecionalmente repartido, levou para casa a Palma de Ouro, o mais desejado de Cannes. Mas nem tudo são estrelas e o brilho da ribalta pode facilmente ofuscar a verdade por trás de uma obra cinematográfica. Segundo contou ao The Guardian, a ousadia da sua personagem, Emma, nesta fantasia masculina, “embora com a sua verdade e o seu próprio poder”, viu-se arquitetada por um abuso emocional durante as rodagens, com cenas gravadas até à exaustão.
Após o jogo psicológico nas mãos de Abdellatif Kechiche, a artista deixou de ser a menina do cinema francês e as fronteiras europeias estenderam-se a todo o mundo. Primeiro, Grand Budapest Hotel (2014) e, depois, em 2015, Madeleine Swann, um papel arrojado na franquia 007. O próximo filme de Bond deverá estrear em novembro deste ano, caso a pandemia o possibilite e atriz confessou à Magazine C tratar-se de um filme bastante emocional.
Chegando a imergir na aura distópica de Yorgos Lanthimos, no filme A Lagosta (2015), em 2019, participou em Death Stranding, um videojogo produzido pela Kojima. Léa Seydoux guarda consigo galardões como os BAFTA e os Lumière. Numa sinuosidade versátil e delicada entre o cinema experimental e os blockbusters, a atriz consagra-se uma musa multifacetada do cinema contemporâneo.