Percorreu as ruas de Londres. Por entre os mais variados covers, ofereceu-nos as peças decisivas do jogo. Deslocou-se por vários caminhos, tornando-se o cofundador dos Fleetwood Mac. A jogada final chegou com o Peter Green Splinter Group. Agora, resta-nos relembrar os bons velhos tempos.

Este sábado, dia 25 de julho, Peter Green faleceu com 73 anos. Após aprender alguns acordes com o seu irmão, o jovem artista tornou-se num verdadeiro autodidata. Com apenas 15 anos, o guitarrista inicia a sua carreira profissional. Percorreu as ruas de Londres, tocando em todos os lugares possíveis e imaginários. Em 1961, tornou-se integrante da banda Bobby Dennis and the Dominoes.

Apesar dos poucos registos da época, Peter Green tornou-se um especialista nos covers de The Shadows. Seguiram-se The Muskrats e The Tridents. Após quatro anos, o artista teve a oportunidade de substituir  Eric Clapton nos John Mayall & the Bluesbreakers. Será junto destes que Peter Green se estreia num álbum, A Hard Road (1967). Este apresenta duas das suas composições originais, “The Same Way” e “The Supernatural”.

Ainda em 1965, assumiu o protagonismo na banda Peter B’s Looners. Será na sua passagem pelo grupo que o guitarrista conhece Mick Fleetwood. Em 1967, despede-se dos Bluesbreakers com a cabeça decidida: formar a sua própria banda de Blues. Originalmente pensada como Peter Green’s Fleetwood Mac featuring Jeremy Spencer, Peter Green, Mick Fleetwood e Jeremy Spencer mudaram de ideias e optaram por algo mais simples, Fleetwood Mac.

A estratégia de marketing não podia ser a melhor, assim facilitaram o processo da sua menção. Apesar do facilitismo implícito e desejado, procuram uma revolução no mundo do Blues. Apesar do insucesso com o primeiro single da banda, “I Believe My Time Ain’t Long” e “Rambling Pony” (lado B), o álbum permaneceu nos tops britânicos por mais de um ano.

Mr. Wonderful seguiu os padrões do primeiro álbum dos Fleetwood Mac. No entanto, Peter Green começou a apostar em mares nunca antes navegados. A sua destreza conquistou-lhe a atenção mediática. “Black Magic Woman”, “Albatros”, Oh Well, Man of the World (1969) e “The Green Manalishi” (1970) são apenas alguns dos exemplos.

1961 ficou marcado com “Man of the World” e a entrada dos Fleetwood Mac nos estúdios Warner Brothers. Terá sido nesses mesmos estúdios que a banda produziu o seu terceiro álbum Then Play On.

Longe da banda que ajudou a formar, o guitarrista lança o seu primeiro álbum a solo em 1970, The End of the Game. Após variadas participações em álbuns, Green é diagnosticado com esquizofrenia, o que faz com que se afaste ainda mais das luzes da ribalta. No entanto, o fim não havia chegado.

Reiniciou a sua carreira como a tinha terminado: colaborando com tantos outros artistas. Apenas no final dos anos 90, o artista retoma os caminhos do espetáculo, desta vez com o Peter Green Splinter Group.

Entre 1997 e 2003, a banda lançou 9 álbuns: Peter Green Splinter Group (1997), The Robert Johnson Songbook (1998), Soho Session (1998), Destiny Road (1999), Hot Foot Powder (2000), Time Traders (2001), Me and the Devil (2001), Blues Don’t Change (2001) e Reaching the Cold 100 (2003).

Após a recordação do seu trajeto, nada resta a dizer. Apenas que a recordação melancólica das suas obras não permita que a memória de Peter Green, um dos cofundadores da nova era do Blues, se apague.