Teyana Taylor lançou, no passado dia 19 de junho deste ano, o seu terceiro álbum de estúdio intitulado The Album. Numa longa conversa de vinte e três faixas, a artista prova, mais uma vez, o seu talento no género R&B.

São vinte e três faixas que compõem o novo álbum de Teyana Taylor. The Album põe à prova a capacidade vocal de Taylor e é o bilhete para assentar confortavelmente no meio do R&B contemporâneo.

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Para além do seu nome, na lista de produtores do álbum residem grandes nomes como Kanye West e Timbaland. Desde o seu último álbum, K. T. S. E., a artista consolidou o seu lugar num género cada vez mais generalizado pela produção manipulada de sons.

Outra característica de The Album que deve ser salientada é a participação de grandes nomes na indústria da música como Erykah Badu, Missy Elliot e Ms. Lauryn Hill. Ainda que Teyana Taylor fosse capaz de fazer um grande projeto sem nenhuma colaboração, as presenças destes nomes legitimam o seu trabalho. Para além disso, e para aqueles que estão familiarizados com o estilo, a presença de nomes que tanto contribuíram para o R&B ao longo dos anos são sempre bem-vindos.

The Album é um álbum longo, porém rico. Desde as colaborações às samples usadas em determinadas músicas, este projeto conquista o ouvido. É inegável que o género de R&B sofreu grandes mudanças, especialmente desde a década de 2010. Contudo, e mesmo com um toque de produção a computador, o bom trabalho deve ser reconhecido.

Mas também há colaborações surpreendentes. “Wake Up Love”, terceira faixa do projeto, conta com a colaboração de Iman Shumpert, o seu companheiro atual. É facilmente reconhecido numa arena de basquetebol a vestir a camisola número nove e a jogar pelos Brooklyn Nets. Mas agora também o podem reconhecer nesta faixa em The Album onde, num ambiente íntimo e amoroso, partilha com a sua mulher o afeto e a necessidade de estar no presente constante.

Teyana faz uma viagem pela longa lista de sons existentes. Em vinte e três faixas, temos a oportunidade de experienciar as melodias do contemporâneo, mas também somos apresentados com os sons dos seus antepassados. “Bad”, décima primeira faixa do álbum, é uma glorificação da personalidade audaciosa e sem restrições. Com melodias que nos relembram África e a sua música característica, Teyana Taylor não se rende à vergonha e liberta-se das amarras do passado.

Agora, passamos à vulnerabilidade. É com “Still” que denotamos o estado de espírito mais enfraquecido de Teyana. Numa primeira abordagem à letra, pensaria que é sobre alguém em específico e sobre uma relação falhada. Contudo, a artista admite que é sobre bastantes assuntos ao mesmo tempo. Desde a complexidade do amor à fragilidade que sente ainda (still) quando pensa na situação atual da América e como é torturante ser-se negro no seu país.

E foi para meu grande espanto e muito agrado que “Friends” surge. A sample de Just Friends (Sunny) da icónica lenda de Soul e R&B, Musiq Soulchild, aparece em sintonia com a voz de Teyana Taylor. Numa letra sobre arrependimento, a artista surfa a onda relaxada da melodia misturada com a sample que coloca qualquer um a ceder ao espírito da música Soul.

The Album é um projeto para todos os estados de espírito. Teyana Taylor envolve-se numa complexidade de emoções e sentimentos que se expressam na sua voz nua e crua. As participações de artistas de renome convidam aqueles que desconhecem o nome de Teyana, mas rapidamente os convertem em fãs de uma artista que se vai afirmando na indústria.