Warrior Nun estreou em julho e é a nova série de fantasia distribuída pela Netflix. Com apenas dez episódios, a produção protagonizada por Alba Baptista cria com o público uma relação de amor-ódio a não repetir.
A nova série da Netflix conta com uma temática caricata: uma jovem de 19 anos acorda numa morgue com um artefacto cravado nas costas. Através deste, Ava (Alba Baptista) ganha novos poderes que a capacitam de ser uma arma secreta numa espécie de organização medieval de freiras guerreiras caçadoras de demónios.
Confesso que o fantástico exagerado nunca me atraiu. No entanto, isto permitiu-me ir com o espírito correto para ver esta série: não a levando demasiado a sério. Warrior Nun fornece-nos bons momentos se não formos com uma mente preparada para criticar este mote estranho e pouco harmonioso. Talvez por ser uma série relativamente curta, o enredo não se torna muito desinteressante, dando-nos a conhecer alguns pontos bem pensados e bem executados.
O guião peca, contudo, num ponto cada vez mais comum e extremamente irritante. Tem-se tornado regra conferir aos finais de temporada um cliff-hanger, privilegiando-se muitas vezes o retorno financeiro em detrimento da lógica da estória. É devido a isto que perco o interesse por várias séries que, em vez de se fechar um arco no final da temporada, dão-nos o sentimento de que terá de haver uma nova sem que muitas vezes seja necessário.
Acrescento ainda aos pontos negativos a maior parte dos diálogos. Preguiçosos, infantis, cheios de clichés e muito irritantes, deixam-nos com vontade de desistir da série a meio com alguma frequência. Muitas vezes as séries direcionadas a jovens adultos são escritas por pessoas que pouco ou nada percebem acerca dos jovens adultos. Presumir o público-alvo como pouco inteligente ou básico não é de todo agradável.
As performances, no geral, são satisfatórias. Alba Baptista, a protagonista, estreou-se na língua inglesa neste papel e de forma bastante agradável. Carismática e adequada para as exigências de Ava, a personagem principal, deixa-nos alguma curiosidade para eventuais próximos trabalhos. Os restantes atores não têm desempenhos extraordinários, mas servem o propósito.
As lutas e os momentos mais fantásticos são bem executados apesar de ser notório um baixo orçamento em alguns momentos. Em contrapartida, a série gravada em Espanha tem alguns cenários extremamente bonitos.
Apesar de não ser, de todo, um género que aprecie, Warrior Nun oferece-nos momentos bastante agradáveis. Independentemente de alguns erros técnicos e de algumas partes mais forçadas, é uma experiência interessante, mas que não deixa vontade para uma segunda temporada.
Título Original: Warrior Nun
Direção: Simon Barry
Argumento: Simon Barry, Ben Dunn
Elenco: Alba Batista, Toya Turner, Kristina Tonteri-Young
EUA
2020