A Universidade não conseguiu ainda emitir o suplemento ao diploma, um documento pedido pela própria Ordem.

Os alunos que concluíram este ano o curso de Enfermagem na Universidade do Minho encontram-se condicionados devido à falta do documento que lhes permite obter a cédula profissional para começarem a trabalhar. O ComUM tentou contactar a Escola de Enfermagem e os Serviços Académicos, mas não obteve declarações de nenhuma das partes.

A apresentação do suplemento ao diploma é obrigatória excecionalmente este ano, devido à pandemia. O documento fornece informações complementares do percurso dos alunos, como as suas atividades extracurriculares.

A comunicação entre os alunos e os Serviços Académicos não tem sido fácil. “A comunicação com os Serviços Académicos não tem sido eficaz no decorrer deste longo e moroso processo, que se tem vindo a arrastar desde meados de julho”. Para Hugo, estudante de Enfermagem, a resposta dada aos estudantes tem sido “quase nula ou muito pouca”. Foi o caso “do pedido de uma declaração (que dizia que o suplemento já estava a ser emitido), em que os próprios não sabiam onde o mesmo poderia ser feito”. Muitos alunos acreditam que a falha reside na falta de comunicação entre a Escola de Enfermagem e os Serviços Académicos, já que Ordem dos Enfermeiros enviou para todas as escolas de Enfermagem do país um ofício a alertar que o Suplemento ao Diploma iria ser necessário.

A falta do documento levou os estudantes a perderem a possibilidade de se candidatarem a vários concursos de recrutamento de enfermeiros, o que compromete a sua vida profissional. “Alguns concursos para entidades públicas, nomeadamente o Hospital de Braga, já terminaram e nós perdemos a oportunidade de concorrer”. Também no Hospital de São João está a decorrer um concurso que termina dia 14. “Se tudo assim continuar também o iremos perder”, confessa Ana.

Quanto às candidaturas espontâneas, foram enviados currículos com o alerta de os estudantes minhotos ainda não terem a cédula profissional. As entidades empregadoras “chamaram para saber o ponto de situação e, caso este assunto tivesse resolvido os colegas teriam uma entrevista para possíveis vagas. No entanto, como a situação se mantém, apenas desejaram boa sorte e sugeriram que voltassem a enviar currículo após possuir cédula profissional”, declara a aluna.

Em declarações à RUM, o reitor da UMinho afirma que o requerimento do suplemento foi “absurdo”, visto que foi pedido antes do final do ano. Porém, garante que a situação se irá resolver o mais rápido possível. “É um problema a que estamos muito atentos e há indicações para que seja rapidamente respondido. E é isso que vai acontecer”, assegura Rui Vieira de Castro.

*Os nomes usados neste artigo são fictícios para preservar a identidade dos alunos com quem o ComUM conversou.