Portugal é hoje o país da União Europeia com mais emigrantes em proporção da população residente.
No dia 10 de agosto é assinalado o Dia do Emigrante. Chegados a agosto, muitos regressam à casa portuguesa. O ComUM esteve à conversa com alguns emigrantes portugueses de modo a perceber o que este processo acarreta e as razões que os levaram a deixar Portugal. O Gabinete de Apoio à Emigração (GAE) de Vieira do Minho explicou como tudo funciona e a ajuda que presta.
Há muito que nos habituámos a ouvir dizer que Portugal é um país de emigrantes. A procura de alternativas à pobreza e ao desemprego, a fuga à intolerância política e à guerra, ou então o simples desejo de aventura, levou milhões de portugueses a tentar a sua sorte noutros países, na busca das soluções e respostas que não conseguiram encontrar dentro das fronteiras do seu próprio país.
Hugo Ferreira, estudante de 20 anos, foi para o Canadá no início de 2014, de modo a estar mais perto dos pais, que sempre tiveram de trabalhar no estrangeiro. “A maior vantagem foi o facto de a economia ser muito melhor e, consequentemente, tenho mais oportunidades de trabalho”, afirma. Admite que “sempre quis voltar para Portugal”, principalmente quanto tinha acabado de chegar ao continente americano. Agora, pensa em vir no verão, “mas mais do que isso não”.
Por sua vez, Nuno Ribeiro, jovem de 20 anos, afirma que quer voltar a terras lusitanas “mal a vida o permita”. Emigrou para França há seis meses com a esposa. “O maior motivo foi procurar um estilo de vida estável”, explica.
O número de emigrantes portugueses supera hoje os dois milhões, o que significa que mais de 20% dos portugueses vive fora do país em que nasceu. Segundo os dados mais recentes do Observatório do Emigrante, o Reino Unido é o país que mais recebe portugueses.
De modo a obter ajuda no processo de emigração, os portugueses podem procurar os Gabinetes de Apoio ao Emigrante (GAE). Estes gabinetes resultam de acordos de cooperação entre a Direção Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas (DGACCP) e as Câmaras Municipais. São estabelecidos através de protocolos celebrados entre as duas entidades, que assentam em dois princípios base: a disponibilidade para o atendimento e a proximidade.
No caso particular de Vieira do Minho, o protocolo vigora desde 2003. Funciona de segunda a sexta-feira nos serviços de ação social do Município de Vieira do Minho, em horário de expediente. O GAE de Vieira do Minho pretende responder às questões inerentes ao regresso e reinserção dos munícipes que tenham estado emigrados em todas as suas vertentes: social, jurídica, económica, investimento, emprego, estudos.
“Este gabinete teve, desde sempre, forte adesão, muito pelos fluxos migratórios que caracterizam o concelho de Vieira do Minho”, declara o GAE de Vieira do Minho.