O Dia da Juventude é celebrado há 21 anos. Em 2020, sem exceção, comemora-se a juventude esta quarta-feira. Para os jovens, aprender e reter as mais diversas perspetivas sobre este tempo é o ideal. Para os que já ultrapassaram esta faixa etária, relembrar os tempos antigos pode ser o que necessitam. Deste modo, o ComUM sugere filmes, séries, música e livros para desfrutar ao máximo deste dia.
Cinema e TV
O Clube (1985) – O clássico coming-of-age americano centra-se na história de cinco adolescentes de diferentes cliques que se veem reunidos na escola a um sábado. Durante o dia, impedidos de sair da escola em que estão a cumprir um castigo, o grupo começa a conhecer-se e a quebrar os estereótipos criados entre si. Rapidamente percebem que têm mais em comum do que imaginam. Como complemento à narrativa dramática e por vezes cómica, este clássico oferece ainda uma banda sonora cativante que ajuda a atar todos nós. (Título Original: The Breakfast Club)
Conta Comigo (1986) – A adaptação de O Corpo de Stephen King, Conta Comigo, dá-nos a conhecer um grupo quatro adolescentes e as suas arriscadas aventuras. Resumidamente, a memória de Gordie Lachance aborda as peripécias do verão de 1959, repletas de momentos hilariantes. No entanto, como com a idade vem a sabedoria, o olhar, agora adulto, aborda assuntos relevantes para o crescimento individual e coletivo, acompanhado dos mais variados conselhos. (Título Original: Stand by me)
Que Loucura de Família (1998-2006) – A produção de 1998 acompanha o quotidiano de seis adolescentes nos anos 70, numa comédia que apaixona desde início. A série documenta a vida de estudantes do secundário vista de vários prismas, desde a procura pelo amor à vivência familiar, a busca de sonhos e as primeiras desilusões. Sempre acompanhada por uma boa dose de humor, Que Loucura de Família não deixa de emocionar e marcar quem acompanha o crescimento das personagens ao longo de oito temporadas, que facilmente se devoram. (Título original: That 70’s show)
Atypical (2017 – ) – A série retrata a história um rapaz de 18 anos, Sam, diagnosticado com um espectro de autismo. Encorajado pela sua psicóloga, decide procurar uma namorada. Nesta caminhada, tenta também ser mais independente e começa a ganhar mais autoconhecimento. O jovem acaba por envolver-se na sua primeira história de amor, mas encontra também vários problemas que ocorrem em torno do dia a dia da sua família. (Título original: Atypical)
Lady bird (2018) – em apenas uma hora e meia, a estreia como diretora a solo de Greta Gerwig foi capaz de incapsular as inseguranças e medos que marcam a rapidez com que se passa de adolescente a jovem-adulto. Todas as decisões que esta transição acarreta encontram o seu lugar no enredo – a pressão de escolher um curso do qual dependerá a carreira que iremos seguir o resto da vida, primeiros romances e primeiros desgostos, conflitos com os pais, problemas financeiros e de identidade, … A lista continua. Por vezes cómico, por vezes desolador, Lady bird resume na perfeição o que significa deixar para trás o conforto dos tempos em que as decisões eram tomadas por nós e embarcar na próxima fase. (Título original: Lady Bird)
Sex Education (2019 – ) – Contando já com duas temporadas, Sex Education presenteia-nos com uma enciclopédia hilariante de todo (e mais algum) problema juvenil. Sem qualquer tipo de pudor, a série preocupa-se essencialmente com o autoconhecimento sexual. No entanto, não deixa de abordar questões como a amizade, a normalização das diferenças e a importância da comunicação interpessoal, entre muitos outros. Sendo assim, ao longo de valentes gargalhadas, o caráter educativo nunca é deixado de parte. (Título Original: Sex Education)
Euphoria (2019 – ) – Realidade nua e crua. Assim se descreve Euphoria, a série com pouco mais de um ano de idade. Zendaya dá vida a Rue, uma jovem problemática que se perde nas drogas e vê a vida escapar-lhe por entre os dedos numa luta constante contra os próprios pensamentos. Todas as personagens travam batalhas numa história que retrata abuso, perda e trauma. A produção sonora é excelente, tal como a paleta de cores e o guarda-roupa. A abordagem a assuntos de tamanha sensibilidade é feita de modo brilhante, delicado e a um nível raramente visto. (Título Original: Euphoria)
Música
The Pains of Growing, Alessia Cara – o nome diz tudo. Todo o álbum é dedicado aos sentimentos, por vezes estranhos, do crescimento. Apesar disso, é sempre transmitida uma onda de positividade no sentido em que devemos confiar em nós próprios e nas nossas capacidades. Sendo Alessia Cara ainda uma jovem, as músicas não poderiam ter vindo de um lugar tão genuíno.
Younger Now, Miley Cyrus – depois do controverso, mas bem-sucedido, Bangerz (2013), Miley surpreendeu o mundo com o seu álbum experimental Miley Cyrus & Her Dead Petz. Após turbulências na vida da cantora, Miley sentiu que finalmente tudo estava a correr bem, o que a influenciou a escrever o disco Younger Now, um projeto que fala de como Miley se sente cada vez mais ela própria com o passar dos anos. Destaque para as faixas “Younger Now” e “Malibu”.
Rubber Soul, The Beatles – diretamente de um álbum lançado em dezembro de 1965, “In My Life” insurge do projeto como um hino que nos fala das mudanças inevitáveis do crescimento e das memórias. “Though I know I’ll never lose affection/For people and things that went before” é um dos versos que melhor encapsula toda a essência da música que nos faz relembrar todas as pessoas que por nós passaram e os lugares que mais nos marcaram.
Blue Neighborhood, Troye Sivan – em 2015, Sivan lançou Blue Neighborhood como álbum de estreia. O projeto tem como tema principal a relação de Troye com o amor, as suas inseguranças e a forma como se sente quando está apaixonado. O projeto transcende o formado áudio uma vez que o destaque vai para os singles “WILD”, “FOOLS” e “TALK ME DOWN”, cujos vídeos musicais criam uma trilogia cinematográfica: mostra a vida de uma criança desde a infância até os finais da adolescência. Problemas como homofobia no meio familiar, alcoolismo e violência são abordados na curta-metragem.
White Blood Cells, The White Stripes – no terceiro álbum da dupla americana há um lugar para uma música em particular que nos faz lembrar as amizades. “We’re Going To Be Friends” fala-nos das amizades que mantemos durante toda a vida através do dia a dia de dois amigos que vão juntos para a escola: “We don’t notice any time pass/ We don’t notice anything”.
Cry Baby, Melanie Martinez – conta a história de uma rapariga vulnerável que quer crescer e acaba por experimentar coisas diferentes. Aborda temas como relacionamentos, algumas vezes abusivos, e faz inúmeras críticas sociais. No fundo, incentiva a aprender com tudo aquilo que nos acontece e a não ter medo de arriscar nas decisões.
Reckless, Bryan Adams – “Summer Of’69”. Não há muito mais a acrescentar – é um clássico do Rock. Se há música que nos faz querer aproveitar todo o tempo que temos enquanto somos novos é esta: quase comecei uma banda depois de a ouvir – se é relacionável, ainda vão a tempo. É a banda da “universidade”, os sonhos e as aventuras em pouco mais de 3 minutos que nos deixam entre a nostalgia dos verões que já passaram e no agarrar dos que ainda estão pela frente… “Oh, when I look back now/ That summer seemed to last forever”.
Literatura
Romeu e Julieta (1595) – Toda a gente conhece o contexto de Romeu e Julieta. Famílias rivais, amor proibido e um destino fatal. Contudo, saber isto não devia impedir ninguém de se aventurar por esta obra magnífica, que definiu os ícones do amor jovem e elevou William Shakespeare a um dos melhores autores de todos os tempos. De linguagem enriquecedora, reflexões e críticas a uma sociedade que não difere muito da de hoje, amor, guerra e uma boa dose de ironia nos diálogos tornam esta obra interessante, divertida e complexa. A tenra idade dos protagonistas leva a que muitos dos seus monólogos e diálogos sejam uma luta entre a perda da inocência, a juventude romântica e a personalidade moldada pela entrada na vida adulta. É sem dúvida um livro obrigatório. (Título Original: Romeo and Juliet)
Os Filhos da Droga (1978) – Christiane F. dá-nos a conhecer o relato de uma infância interrompida, a história de uma criança, como outra qualquer, que se deixa perder no mundo das drogas. Sem medo de chocar (ou precisamente por esse motivo), o livro Os Filhos da Droga não tem medo de falar sobre os assuntos como eles realmente são. Uma confrontação com a realidade mais do que necessária. (Título Original: Wir Kinder vom Bahnhof Zoo)
A Lua de Joana (1994) – A obra de Maria Teresa Maia Gonzalez explora, através das cartas de Joana, a dependência das drogas, a consequente solidão e o apagão da existência humana. Além de explorar assuntos essenciais ao desenvolvimento dos mais jovens, a sua escrita não poderia ser mais adequada para os adolescentes. Apesar da mensagem ser clara, esta obra será tão ou mais viciante, insaciável. (Título Original: A Lua de Joana)
Fangirl (2013) – Cath e Wren são duas irmãs gémeas que partilham a paixão pelos livros da saga Simon Snow. Ambas cresceram, não só, a ler e a escrever sobre os livros, mas também a utilizá-los como mecanismo de defesa contra a dor provocada pela morte da mãe. Contudo, as circunstâncias mudam e as gémeas entram na universidade. Wren resolve não querer partilhar quarto com a irmã e depressa adapta-se à sua nova vida universitária. Por outro lado, Cath fica presa no antigo paradigma e com algumas dificuldades de adaptação. Apesar dos medos que a rodeiam, esta encontra o amor, a amizade e uma identidade mais confiante, numa aventura pelo primeiro ano de universidade. Fangirl é uma viagem pela saída da adolescência e o começo da vida adulta. É uma aventura pela adaptação e superação de desafios. (Título Original: Fangirl)
Tudo o que Ficou por Dizer (2014) – Uma jovem desaparece, a sua família espera o pior e é então que recebem a pior notícia. Lydia morreu e a vida da sua família muda drasticamente. A obra de Celest Ng, por um lado, aborda problemas familiares e principalmente as doenças mentais e psicológicas. Por outro, é um alerta físico para toda a pressão imposta aos jovens atualmente, para a impossibilidade de se expressam e para a omissão de segredos. Assim, o livro apresenta-se deveras importante para os dias de hoje, ao dar uma visão detalhada da verdade e perspetiva dos jovens. (Título Original: Everything I Never Told You)
As Virgens Suicidas (1993) – As virgens suicidas, lançado em 1993, retrata a vida da família Lisbon e do suicídio das suas cinco filhas adolescentes. A história é contada da perspetiva de um grupo de rapazes adolescentes que nutriam uma paixão platónica pelas irmãs. Cecília, uma das jovens irmãs, suicida-se e a narrativa desenrola-se a partir deste acontecimento, acompanhando as restantes irmãs que tentam integrar-se na sua comunidade. No entanto, os pais, através de uma educação rígida e muito restritiva, acabam por as limitar e aprisionar. A obra aborda a importância da saúde mental na adolescência e da prevenção do suicídio. Retrata, de igual modo, a forma como os pais podem tornar os filhos numa extensão de si mesmos e o quão prejudicial isso pode ser para os jovens. (Título Original: The Virgin Suicides)
Artigo por: Alice Costa, Bruna Sousa, Leonor Alhinho, Patrícia Silva, Tânia Soares, Maria Machado, Mariana Pinto Fernandes, Inês Freitas e João Ângelo
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