A professora do Instituto de Ciências Socias da Universidade do Minho coordena o projeto Audire, responsável por desenvolver um repósito de sons, músicas e memórias auditivas.

Madalena Oliveira, professora do Instituto de Ciências Socias da Universidade do Minho (ICS) coordena o projeto Audire, responsável por desenvolver um repósito de sons, músicas e memórias auditivas. Está previsto que o repositório e o museu do som sejam lançados em 2021.

A docente da UMinho e investigadora no Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS), lidera o projeto Audire. Este tem como principal função preservar o património sonoro português. A iniciativa surgiu de uma proposta de candidatura ao financiamento da FCT para projetos em todos os domínios científicos em 2017.

Segundo a professora, o projeto revela essencialmente três objetivos: aprofundar uma teoria do som, como fonte de informação e conhecimento, criar um repositório de conteúdos sonoros de acesso livre e promover um maior recurso ao som em atividades pedagógicas de todos os níveis de ensino. “Queremos entender a relevância do que ouvimos, criar condições para guardar o que ouvimos e estimular uma escuta ativa dos nossos ambientes”, revela a investigadora, em declarações ao ComUM.

Madalena Oliveira confessa que o som é ainda uma linguagem pouco valorizada, e foi também esse um dos motivos que a levou a abraçar este projeto. “O som é seguramente ainda uma linguagem de estatuto secundário”, explica a professora. “Somos muito requisitados pela visão e damos, de facto, muita importância ao que vemos. Como ouvimos em permanência, temos menos consciência do valor do som. E isso repercute-se inclusive na maneira como ensinamos matérias ligadas à comunicação. Nos nossos cursos, existem muito mais disciplinas vocacionadas para a comunicação visual do que para a comunicação sonora”, acrescenta.

Contudo, a Covid-19 fez com que muitas tarefas do projeto ficassem suspensas. Mesmo assim, a coordenadora afirma que “uma das nossas expectativas é fazer gravações em vários locais de Braga e desenvolver várias iniciativas em escolas”. O projeto está ainda a iniciar uma colaboração com o Arquivo Nacional do Som, uma plataforma recentemente lançada pelo governo português.