“Académicas” apresentou preocupações e reformas fundamentais para o Ensino Superior e para o país, tendo em conta a perspetiva dos estudantes.

Marcelo Rebelo de Sousa reuniu-se com as Associações Académicas de oito Universidades de Portugal, esta segunda-feira. De relembrar que “Académicas” é um movimento associativo nacional constituído pelas Associações Académicas de Aveiro, Algarve, Beira Interior, Coimbra, Évora, Minho e Trás-os-Montes e Alto Douro. O grupo crê que apostar no Ensino Superior é essencial para o futuro de Portugal e, como tal, apelaram ao Presidente da República para que dê uma maior atenção ao ensino académico.

De entre os assuntos abordados, sobressaiu a urgência da criação de normas por parte da Direção Geral da Saúde, para o bom funcionamento das universidades no próximo ano letivo. Em declarações ao ComUM, Rui Oliveira, presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, afirmou que essa ausência de diretrizes pode dificultar a preparação do início do ano letivo 2020/2021.

É preciso reforçar que estamos hoje sem recomendações da DGS. Quando isso acontecer, as universidades vão ter de preparar um ano letivo em tempo recorde. A DGES não está a responder aquilo que são as preocupações das universidades”, informou.

No encontro também se destacou a necessidade de investimento no Ensino e Educação, para que as Universidades sejam capazes de evoluir as suas estruturas, desenvolver a formação e apoio aos docentes e métodos educativos.  “Sugerimos criar uma fonte de investimento para que seja possível as universidades se equiparem na sua capacidade de disponibilizarem uma oferta pedagógica melhor”, sublinhou o presidente da AAUM.

Recomendaram não só a renovação de infraestruturas, mas também “a aquisição de recursos humanos qualificados para apoio”. “A visão de que é preciso apoio financeiro é para que as universidades se prepararem para o futuro. Se estivermos a falhar com uma geração, estamos a falhar também com o país”, alertou.

O Plano de Alojamento Escolar e a necessidade de financiamento por parte dos Serviços de Ação Social das Universidades foram temas que também se enfatizaram. O alojamento e as propinas são considerados assuntos “mais que polémicos, preocupantes”.

“Essa foi uma das questões que falamos com o Professor Marcelo Rebelo de Sousa, no sentido de apelar para mobilizar esforços do país para essa problemática”. Para além do alojamento escolar, o movimento discutiu a problemática relativa ao abandono escolar, que não se deve exclusivamente ao pagamento de propinas, mas sim “tudo aquilo que são custos para frequentar o ensino superior”, explicou Rui Oliveira.

No fim, rematou: “Como Presidente da Associação Académica, estou muito preocupado com toda esta questão que não é só do próximo ano letivo. Nos próximos anos letivos, poderemos enfrentar uma diminuição de acesso ao ensino superior”.

Entrevista: Ana Sousa