O abate de árvores é algo frequente no concelho no âmbito de obras públicas e privadas.

Em prol do movimento “SOS Árvores”, a Quercus Braga e a Braga Ciclável reuniram-se com a Câmara de Braga para impedir futuros abates de árvores. Apesar disso, no intervalo da marcação e realização da reunião, a Câmara efetuou, na semana passada, o abate de 12 árvores na Avenida dos Lusíadas.

O Município justifica o corte das árvores com o aumento de 700 metros na ligação à ciclovia da encosta até perto da Universidade do Minho. Apesar disso, a Câmara Municipal anunciou que este é um projeto temporário. Isto é, devido ao facto de a ciclovia não estar articulada ao Campus de Gualtar, no futuro, o projeto terá de ser repensado face à urbanização da Quinta dos Peões.

Porém, o troço da ciclovia que o Município pretende construir é considerado uma má solução técnica tendo assim aspetos negativos que são apresentados. Devido aos 16 metros que são direcionados para os automóveis, os peões veem o seu espaço limitado. Mais, sendo uma ciclovia descontínua, implica desmontar da bicicleta frequentemente ao longo do trajeto.

Face a este projeto provisório, a Associação Braga Ciclável questiona-se “por que razão se optou por um projeto a prazo com tantos custos ambientais”. Na Quinta dos Peões existe espaço para a construção da ciclovia definitiva.

As associações lamentam o facto do Município de Braga aplicar 2,6 milhões de euros na renovação da ciclovia, em vez da criação da rede ciclável. De modo a não condicionar a natureza e a biodiversidade, estas associações concordam que Braga necessita de um Regulamento Municipal do Arvoredo.

“Iremos lutar para que não procedam a mais abates e por uma alteração legislativa que impossibilite, neste século de alterações climáticas drásticas com origem humana, a delapidação de um recurso tão valioso para a conservação da biodiversidade e qualidade de vida nas cidades”, afirma a Braga Ciclável.