Valor ultrapassa as cerca de 51 mil vagas disponíveis e o total de candidaturas apresentadas na primeira fase do concurso de 2019.

Com início a 7 de agosto e o fim a 23 do mesmo mês, no dia anterior ao fecho da 1ª fase das candidaturas de acesso ao ensino superior, já foram contabilizadas cerca de 55 mil candidaturas. Este número aproxima-se do de 1997, quando se registou o maior número de candidaturas às universidades e politécnicos públicos dos últimos 24 anos. Até esta quarta-feira, deram entrada na DGES 54.733 candidaturas, quando em 1997 o número final na 1.ª fase fora de 54.950.

A subida pode ser explicada pelo facto de que este ano, devido à Covid-19, os exames funcionaram apenas como provas de ingresso no ensino superior, não contando para a conclusão do ensino secundário como tem sido a norma. Também devido à pandemia de coronavírus, deu-se o adiamento dos exames e, consequentemente, a alteração dos calendários, tendo o concurso nacional arrancado só no referido dia 7 de agosto. Vai terminar a 23 de agosto, 17 dias depois do prazo estabelecido em 2019.

Ainda em comparação com 2019, contabilizavam-se mais 51% de candidatos do que os registados na primeira semana de 2019 (de 27.712 passou-se para 40.983). De notar que, só no primeiro dia do concurso, 12.169 alunos candidataram-se ao ensino superior.

Em declarações ao PÚBLICO, João Guerreiro, presidente da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES), comenta, a propósito dos números noticiados, que “haverá mais candidatos, o que constitui uma enorme satisfação, porque mostra que as famílias reconhecem que o investimento em educação é fundamental”.

João Guerreiro destaca o facto de os alunos que concluíram o secundário no ensino profissional terem um concurso especial de acesso, pela primeira vez. São 1076 os alunos que ficaram em condições de concorrer por terem tido positiva nos exames regionais que foram criados para o efeito.

Desde o ano passado, passou também a haver mais vagas para os cursos mais disputados, como os ligados às ciências digitais. No conjunto estão abertas 51.408 vagas no concurso de 2020, o que constitui o maior lote desde 2013, quando foram disponibilizados 51.461 lugares.

Outro fator a realçar é o facto de a média dos exames nacionais terem subido cerca de três valores, existindo assim também mais alunos habilitados a concorrer ao ensino superior. Por outro lado, a subida das notas dos exames deverá também provocar um aumento das médias de ingresso no ensino superior e tornar assim mais difícil a colocação de candidatos nos cursos que escolheram como primeira opção.

A candidatura deve ser feita online, através do site da Direção-Geral do Ensino Superior. Os resultados serão conhecidos a 28 de setembro, data em que também se inicia a segunda fase do concurso, que terminará depois a 9 de outubro.