Um dos maiores auditórios da região norte celebrou o segundo aniversário ainda a ambientar-se a um “novo normal”.

Durante a conferência, o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, destacou a importância que o Altice Forum Braga tem para o turismo do concelho. Os eventos que decorrem no auditório já trouxeram, segundo o autarca, milhares de pessoas, provenientes de vários países, à cidade.

Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga e da InvestBraga, deu início ao evento com um discurso. Falou sobre o “maior auditório da região norte do país com quase 1500 lugares”. Referiu também as suas obras de requalificação “que não se limitaram a reabilitar fisicamente o espaço”, mas também, “a promover a sua reinvenção”. Acrescentou ainda que “todo o espaço foi desenhado para poder responder a uma multiplicidade de eventos e de organizações”.

Em relação aos últimos dois anos, “o Forum recebeu quase meio milhão de pessoas em cada um dos anos, com centenas de eventos”, destacou. Ricardo Rio utilizou como exemplo a realização do Dance World Cup, uma competição mundial que ocorreu o ano passado no Altice Forum Braga. Tal evento atraiu cerca de 27 mil visitantes, provenientes de 60 países e gerou um retorno superior a 12 milhões de euros.

Lídia Monteiro, diretora coordenadora de apoio à venda do Turismo de Portugal, também presente na conferência, afirmou ser “possível realizar eventos no nosso país”. A diretora destacou ainda a iniciativa do Turismo de Portugal em criar o selo “Clean & Safe”. Sendo que este selo, “tem por objetivo apoiar as empresas do turismo ajudando-as, para que possam cumprir os critérios e regras definidas”. Neste momento, já cerca de 2.600 empresas organizadoras de eventos recolheram o selo “Clean & Safe”.

Ainda num painel dedicado ao “novo normal”, discursaram ainda Pedro Cardoso de “The House of Events”, Cristina Gouveia da “Citur” e Vasco Noronha da FactorChave. Foi mencionada a adaptação aos tempos de pandemia em relação ao turismo de negócios, mais concretamente, os eventos híbridos.

Pedro Cardoso afirmou que “o novo normal, de facto, vai fazer cada vez mais parte da nossa vida” e acrescentou ainda que “o novo normal é, de facto, um tempo de grande incerteza e nós temos que aceitar isso como normal”. Para o fundador e manager do The House of Events, o novo normal é “pensar e agir coletivamente”.

Cristina Gouveia garantiu que este período “tem sido muito complicado”. “A falta de confiança no destino e no que isto tudo pode dar, tem feito com que, consecutivamente, as coisas tenham vindo a ser adiadas”, esclareceu a diretora do ramo da Citur.

Vítor Costa, presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, Luís Pedro Martins, presidente do Turismo Porto e Norte, e João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve, num segundo painel, analisaram os desafios da retoma para o setor.

Vítor Costa afirmou que não vê “nada de positivo na pandemia” e que o vírus “era melhor não ter existido”. “Não significa que não valorizo aquilo que é feito para se tentar sobreviver”, garantiu o presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, mas, segundo Vítor Costa, a pandemia “atinge muitos setores, mas atinge o coração do turismo”.

Para João Fernandes, a retoma da confiança “é o fator essencial a desbloquear toda a atividade económica relacionada com o turismo”. O presidente da Região de Turismo do Algarve destacou que “a capacidade de pensar e agir coletivamente” é uma característica muito importante em relação a Portugal.

Artigo por: Joana Lopes e Tiago Picas