A aplicação de telemóvel que rastreia a Covid-19 conta já com 80 mil utilizadores no país.

A StayAway Covid foi apresentada esta terça-feira, no Porto, com a presença do Primeiro-Ministro, António Costa, o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, e a Ministra da Saúde, Marta Temido. No desenvolvimento da aplicação esteve envolvido o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência e o Haslab da UMinho.

O primeiro-ministro, António Costa, considerou que a instalação é um “dever cívico” para travar a pandemia enquanto não existir uma vacina. “Por favor descarreguem a aplicação, não tenham receio”, pediu. A única forma de garantir que a pandemia da Covid-19 não se descontrole depende “unicamente dos cidadãos”. Acrescentou que a aplicação apenas garante a interrupção das cadeias de transmissão.

Por sua vez, Manuel Heitor afirma que “o arranque do ano letivo é uma oportunidade particularmente importante para, também com esta aplicação”, garantir o ensino presencial. O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior apelou para que os dirigentes das instituições do ensino superior promovessem a aplicação junto dos estudantes.

Segundo José Orlando Pereira, investigador do Haslab e docente da UM, trata-se de uma aplicação básica que funciona através de Bluetooth, garantindo a segurança dos dados dos utilizadores. O utilizador só é avisado, se necessário.

No entanto, a Deco Proteste falou da possibilidade de uso não-declarado e indevido de dados pessoais pela Google e Apple. “Não podemos recomendar a instalação da StayAway Covid sem reservas”, refere a organização num texto publicado no seu portal.

A app recorre ao sistema Google/Apple Exposure Notification, conhecido como GAEN, que disponibiliza o acesso a funcionalidades ao nível do sistema operativo do telemóvel. Segundo a Deco Proteste, este sistema “não segue o princípio da abertura de código e transparência sobre entidades envolvidas no tratamento de dados”, pelo que “abre a porta para a possibilidade de terceiros, em particular as duas gigantes tecnológicas (Google e Apple), darem um uso não-declarado e indevido aos dados pessoais obtidos”.

A Deco Proteste saúda, no entanto, a opção pela tecnologia Bluetooth, em detrimento do GPS, e o seu caráter voluntário.