Humbug, lançado a 19 de Agosto de 2009, é o terceiro álbum da banda britânica Arctic Monkeys. O projeto, gravado no deserto, gerou bastante controvérsia perante a crítica. Para uns, o melhor; para outros, desprezível. Para mim, genial.

Antes de mais, Who The F*** Are Arctic Monkeys? Os Arctic Monkeys são uma banda britânica de indie rock, formada em Sheffield (Inglaterra), em 2002. A banda conheceu o auge do seu sucesso em 2013, após o lançamento do quinto álbum- AM. Em 2009, lançaram o terceiro álbum de estúdio, Humbug, que gerou uma série de críticas divergentes. O projeto conta com 10 músicas e oferece-nos uma variedade imensa de sensações, melodias e instrumentos.

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Após um percurso de sucesso relativo com um género mais alternativo, a banda arrisca a dar um passo numa direção diferente. As letras de Humbug ganham uma maturidade estranha e um tom negro inesperado. Contudo, sem deixarem o tom humorístico e jovial a que, principalmente, Alex Turner (vocalista) nos habituou. Na faixa “My Propeller”, que abre o projeto e aborda uma temática estranha e, quiçá, sexual, isso é evidente.

Produzido por James Ford, um dos maiores nomes da indústria musical na Califórnia, e Josh Homme, vocalista, guitarrista e compositor de Queens of the Stone Age, Humbug presenteia-nos com imensas novidades inesperadas. Para além daquilo que prevíamos, como Alex Turner e típica voz calmante e poética, bem como os seus dotes de guitarra ao lado de Jamie Cook (fascinante em Crying Lightning), o baixo de Nick O’Malley e a bateria determinante de Helders, contampos com uma slide guitar, teclado e um toque engraçado de xilofone.

O que torna o álbum, gravado no meio do deserto de Joshua Tree, bastante controverso é a diferença. A banda, que conta com influências de Nick Cave, Jimi Hendrix e Beatles, desprende-se dos grilhões que a impediam de explodir. Até então, contava com um toque bem mais alternativo e em Humbug iniciou um processo gradual de “americanização”.

Este facto provavelmente chatear-me-ia noutra qualquer situação. No entanto, ao contrário das restantes bandas que, por motivos financeiros, se comercializam, os Arctic Monkeys não deixaram de ter alma nas produções.

Assim como qualquer um de nós ganha maturidade e se reinventa, também uma banda tem direito de o fazer. Os Arctic Monkeys são uma das poucas bandas que faço questão de seguir ininterruptamente, pois quando julgamos que já tudo deles conhecemos e que se vão “encostar” porque já atingiram o auge do seu sucesso, eles mutam-se. Fizeram-no a primeira vez em Humbug e depois em Tranquility Base Hotel + Casino. E ainda bem.