O Castelo Andante, realizado por Hayao Miyazaki, saiu em Portugal, em 2005. Com uma animação de cortar a respiração, lições importantes e pertinentes, personagens femininas poderosas e momentos ternos, mas também engraçados, esta produção serve para qualquer idade.
A obra cinematográfica fala-nos de uma jovem (Sophie) de 18 anos que, apesar da tenra idade, possui pouca confiança ou ambições. Um dia, ao ser assediada por dois guardas, é salva por um estranho jovem feiticeiro. Esta situação acaba por chamar à atenção de uma terrível bruxa, que lança um feitiço à jovem que a envelhece. Sophie, envolve-se, então numa demanda para reverter o feitiço.
Como podemos ver, o enredo é um pouco onírico. Contudo, isto tem todo o sentido ao conhecermos o género do estúdio, que já nos ofereceu obras-primas como A viagem de Chihiro, que chegou, inclusive, a ser galardoado com um Óscar. Com uma animação no mesmo nível de fantasia, esta longa metragem é coesa e extremamente bonita.
Os restantes filmes de Miyazaki são, no entanto, mais lineares, apesar de nunca o serem muito. Ao longo de O Castelo Andante, damos por nós a franzir a sobrancelha diversas vezes. Algumas críticas referem a ausência de um enredo impactante, contudo sou da opinião que um bom filme não se faz apenas de uma reviravolta chocante. A beleza deste filme reside muito nas mensagens subliminares inerentes a cada pequeno ato. Isto é uma das razões que o torna um filme para qualquer idade.
Por outro lado, as personagens não têm o melhor ou mais impactante desenvolvimento. Porém, os sentimentos das personagens são eximiamente transpostos na animação, o que não acontece tão bem, ou pelo menos desta forma, noutras longas metragens do estúdio Ghibli.
Tudo isto, faz com que O Castelo Andante seja uma longa-metragem para qualquer idade. A animação roça o perfeito e, sem dúvida, entretém qualquer um. Os acontecimentos inesperados vão, certamente, deliciar os mais novos e, os espectadores mais velhos e mais atentos, ficarão impressionados com os manifestos anti-guerra e com as mensagens acerca da importância de sonhar.
Certamente, irei voltar a este filme (mais do que uma vez) e com a impressão de que, a cada vez, interpretarei alguns acontecimentos de forma diferente. Impressionante, mas, sem dúvida, intrigante.
Título Original: Hauro no ugoku shiro
Realização: Hayao Miyazaki
Argumento: Hayao Miyazaki e Diana Wynne Jones
Elenco: Chieko Baishô, Takuya Kimura, Tatsuya Gashûin
Japão
2005