É a primeira vez que o prémio, criado há três décadas, distingue portugueses.

A Sociedade Americana de Ergonomia e Fatores Humanos (HFES) premiou equipa das Escolas de Engenharia e de Arquitetura da Universidade do Minho. A distinção chegou pelo melhor artigo de 2019 na revista Ergonomics in Design, com um sistema que identifica instrumentos cirúrgicos deixados nos pacientes.

Todos os anos é deixado material cirúrgico no corpo de pacientes, devido à negligência e ao stress na mesa de operações. A equipa da UMinho – Álvaro Sampaio, António Pontes, Paulo Simões e Pedro Arezes propôs uma medida para o evitar. O projeto passa por um sistema identificador por rádio frequência incorporado nos instrumentos cirúrgicos. Assim, estes são de imediato detetados e não ficam esquecidos no corpo dos doentes. Em particular, o estudo analisou e mapeou áreas de contacto entre as mãos dos cirurgiões e sete tesouras cirúrgicas. A ideia foi assegurar, através da avaliação dos próprios profissionais, que a posição do rádio não perturba na manipulação dos instrumentos.

“Cremos que este é um importante contributo para diminuir este tipo de ocorrência e assim aumentar a segurança dos pacientes”, diz Álvaro Sampaio, de acordo com a nota da UMinho. O trabalho multidisciplinar inovou no modo como o utilizador interage manualmente com um objeto. “Esta metodologia pode ser aplicada na conceção e desenvolvimento de outros produtos, em especial para interações similares. Isto porque escasseiam técnicas padrão para caraterizar e avaliar áreas de contacto entre a mão e os produtos”, refere o investigador.

O prémio vai ser atribuído no Congresso Anual da HFES, que decorre de 5 a 9 de outubro a partir de Chicago, nos EUA. O júri juntou 50 figuras de universidades de topo e instituições como Google, NASA e General Motors.