O Jardim Secreto estreou nas salas de cinema em agosto. Pelo meio da bela cinematografia e construção de cenários, surge nos grandes ecrãs a quarta adaptação do romance homónimo de Frances Hodgson Burnett. Desta vez, sob a direção de Marc Munden, o filme aposta firmemente na estética como forma de afirmação face à narrativa já recontada várias vezes.

Nesta obra damos de caras com a história de Mary Lennox (Dixie Egerickx), uma menina de dez anos que se vê obrigada a ir viver para Inglaterra com o seu tio distante, Lord Craven (Colin Firth), após a morte dos seus pais. Nas suas explorações pela grande e sombria mansão, Mary  descobre vários segredos de família. Nas suas várias aventuras, a menina cruza caminhos com o irmão da empregada, o seu primo desconhecido, os fantasmas da mãe e da tia e um enorme e estonteante jardim secreto. E é precisamente a partir daí, que as suas façanhas tomam outro rumo.

A obra cinematográfica é dotada, de início a fim, com uma clara preocupação estética. Desde o design da mansão e, mais propriamente, do quarto da tia da protagonista, até aos mais pequenos pormenores do jardim, todo o filme transpira coesão e fantasia. Aliás, foi precisamente esta preocupação com a estética que facilitou ao público a interiorização de um mundo repleto de magia em cada passo dado pelas personagens.

Esse é, sem dúvida, o ponto alto da narrativa. Apesar de bem elaborada e resolvida, esta não é uma história que apresente qualquer ponto distintivo face a outras no mesmo género. Na realidade, os restantes aspetos, técnicos e práticos, incluindo a prestação dos próprios atores revelaram-se medíocre e esquecível.

Apesar das suas perdas técnicas, O Jardim Secreto, continua a funcionar maravilhosamente como um bom filme de fantasia para ver em família durante o serão de domingo. É assim, sem dúvida, dotado de um elemento fantástico duradouro e persistente, que habita em miúdos e graúdos.