É a primeira obra do género preparada de raiz por uma equipa portuguesa.

“História da Filosofia Política” tem 600 páginas e conta com a coordenação de João Cardoso Rosas, professor da Universidade do Minho. A obra fala sobre as ideias políticas do Ocidente ao longo de 2500 anos, desde Platão a Hannah Arendt. A edição da Presença é considerada “obrigatória” para os estudantes da área.

O volume possui 25 capítulos, cada um sobre a vida e obra de um pensador, ou dois, caso haja proximidade temporal e intelectual. Foi escrita por autores das Universidades da Beira Interior, Católica, Lisboa, Minho, Nova, Federal do Mato Grosso do Sul (Brasil), York (Reino Unido), Autónoma de Madrid e Carlos III (Espanha). A capa remete para a pintura La Città Ideale, possivelmente da autoria de Piero della Francesca.

A “viagem intelectual” que “História da Filosofia Política” propicia inicia-se na antiguidade, com Platão, Aristóteles e Cícero, junta a escolástica tardia e o Renascimento. Explora também a época moderna com Hobbes, Espinosa, Locke, Montesquieu e Hume, refletindo depois as transformações do fim do século XVIII. Entra, ainda, na contemporaneidade pelo utilitarismo de Jeremy Bentham e Stuart Mill, além da dupla Hegel e Marx. Já no século XX repensa o choque do totalitarismo e do holocausto, por Popper e Arendt.

Estes pensadores influenciaram a organização política das sociedades e nesse sentido criaram vários conceitos. Exemplos são o Estado e República, justiça e bem comum, realismo e utopia, democracia e vontade geral, revolução e reforma, totalitarismo e liberalismo, entre outras.

“Nestes pensadores temos também a inspiração e os recursos para refletir com a máxima lucidez sobre os desafios do mundo, as incertezas atuais e as possibilidades do futuro”, explica João Cardoso Rosas.

João Cardoso Rosas doutorou-se no Instituto Universitário Europeu (Florença) e tem sido docente e investigador visitante em Oxford, Providence (EUA), Madrid e Lisboa. Na UMinho, é professor do Departamento de Filosofia do Instituto de Letras e Ciências Humanas e investigador do Centro de Ética, Política e Sociedade (CEPS) e do Centro de Investigação em Justiça e Governação (JusGov).