Os projetos de investigação serão financiados num total de oitocentos mil euros.
Os dois projetos distinguidos fazem parte do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICSV) da Escola de Medicina da Universidade do Minho. Os projetos receberão, na totalidade, oitocentos mil euros.
De acordo com a Escola de Medicina da UMinho, “Encoding reward and aversion in the mammalian brain: the overlooked role of endogenous opioids” e “Diamond4Brain – Diamond photonics platforms for synaptic connectivity assessment in healthy and Parkinson disease neuronal models” têm como objetivo, respetivamente, “descodificar o cérebro e detetar precocemente a doença de Parkinson.”
O primeiro, de Ana João Rodrigues, foca-se em perceber como o cérebro codifica o prazer e a aversão. O seu projeto foi financiado com 500 mil euros.
De acordo com o Braga TV, “este projeto vai usar ferramentas avançadas para registo da atividade neuronal. Isto para compreender como é que os neurónios do nucleus accumbens atribuem valência, e como é que esta informação é descodificada originando prazer ou aversão.”
Um conhecimento que, a longo prazo, “ajuda a compreender os mecanismos subjacentes a patologias como a depressão e adição. Onde se sabe que existe uma disfunção do circuito que codifica o prazer e a aversão”, explicou Ana João Rodrigues.
A investigadora acrescentou ainda que “o nosso cérebro evoluiu para filtrar informação e focar-se nos estímulos que são emocionalmente relevantes. Este filtro baseia-se na atribuição de um selo positivo ou negativo aos estímulos, um fenómeno que designamos como valência. Um estímulo com valência positiva induz recompensa, enquanto que um estímulo com valência negativa induz aversão”.
Por sua vez, o segundo, da equipa do Instituto liderada por António Salgado, prevê antecipar o diagnóstico da doença Parkinson. Assim, tentar de forma a possibilitar o desenvolvimento de novas terapias. Este projeto foi financiado com 300 mil euros.
António Salgado explicou que “a Doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa com maior prevalência a nível mundial, sendo caracterizada por uma morte progressiva de uma população específica de neurónios.”
O projeto tem como objetivo “estabelecer novas metodologias através da utilização de nanosensores de diamante que permitam detetar esta doença de uma forma precoce, possibilitando assim o desenvolvimento de terapias mais eficazes.”
Desta forma, “a equipa do ICVS vai testar estas novas metodologias em estruturas denominadas por mini-cérebros (mini-brains), desenvolvidas a partir de células estaminais pluripotentes induzidas, conseguindo ‘imitar’ a estrutura de um cérebro, o que possibilita recriar as condições da doença de Parkinson”.