Work It estreou em agosto na Netflix. A longa-metragem é o ingrediente que desesperadamente necessitamos para continuarmos a saborear aquilo que nos torna mais felizes. Laura Terruso, a diretora, presenteia-nos visualmente com cenários muito ricos em cores e movimento que nos vão deixando cada vez mais estupefactos no decorrer da história.
Neste filme deparamo-nos com a mirabolante vida de Quinn, que faz de tudo para entrar na universidade dos seus sonhos, Duke. Mas, quanto à sua admissão, tudo depende da sua performance num concurso de dança. Deste modo, ela e a sua melhor amiga Jasmine recrutam um grupo desajeitado de dançarinos, com estilos completamente diferentes, para participarem na competição. No entanto só falta o essencial, aprenderem a dançar.
Desde logo, somos confrontados com um elenco nitidamente jovem e engenhoso, que tem ascendido no mundo dos cinemas. A protagonista, Sabrina Carpenter, destaca-se pela sua naturalidade e simplicidade em palco. A atriz torna cada um dos seus atos únicos, o que faz com que a ligação entre as várias personagens seja dinâmica e repartida, visto que se encontram todos ao mesmo nível, ninguém brilha mais que ninguém. Já Jordan Fisher ressalta à vista com o seu charme e confiança, o que se deve muito às coreografias efetivadas pelo mesmo.
O que de mais extasiante encontramos é as coreografias que vamos descobrindo ao longo deste filme. O espetador é então surpreendido com danças que tiram o fôlego a qualquer um e que fazem crescer em nós uma onda de energia contagiosa que põe toda a gente a dançar. A espetacular coreografia de Jake Taylor ao som da música “Go up” é um exemplo vivido das cenas que despertam o nosso bailarino interior. Damos por nós a ser atraídos musical e visualmente, com boa música, batidas muito mexidas, paredes grafitadas e luzes coloridas que dão forma a objetos.
Nesta longa obra adquirimos ainda um vasto leque musical. Entretanto, as músicas que melhor sintetizam a vibe destas cenas maravilhosas e agitadas são duas. A primeira é “Further up”, esta marca um momento extremamente engraçado, em que nenhum deles sabe dançar bem, segundo a técnica, mas mesmo assim divertem-se e descontraem, expressando-se da maneira que podem e sabem. A segunda é “Satisfied” de Galantis, que simboliza um momento de grupo, em que todos se divertem ao aprender os estilos de dança uns dos outros, o que torna o momento oportuno para nos fazer chorar de rir.
Apesar de Work It não apelar de todo à perfeição humana, retrata ainda as nossas limitações de uma maneira tão brilhante e emocional que nada parece impossível, sendo que nada nos impede de fazer o que gostamos. Com estes brindes todos que vêm incluídos nesta peça, o espetador já sabe que dali só pode vir coisa boa, porque o único inconveniente que o filme traz é o seu fim.