Pandemia estreou em 2009 e apresenta uma forma de realidade não muito longe da nossa. Com uma maravilhosa composição fílmica, Àlex e David Pastor elucidam-nos o caminho para uma realidade nua e crua que é a luta pela sobrevivência.

O filme retrata a grande ameaça à humanidade por parte de um vírus mortífero e contagioso que mata qualquer um em que toque. Danny, o seu irmão Brian e as suas amigas percorrem um longo caminho para chegarem a uma praia deserta no México, lugar seguro num passado feliz. Após difíceis desafios encontrados ao longo da estrada, estes descobrem que a aura sombria que detêm é muitíssimo mais perigosa do que a própria doença.

Como mencionado anteriormente, a maneira como é feita a composição desta obra é algo impressionante, visto que o início complementa da forma mais inesperada o fim. Ou seja, no começo da obra cinematográfica aparece uma série de memórias retratadas numa praia, que apresentam um enquadramento totalmente notório e diferente daquele que é encontrado ao longo da história. No fim essas tais memórias aparecem novamente simbolizando uma nostalgia pura que não vive mais, que conhece o seu fim. Isto caracteriza o antagónico mote de se ter vivido um passado feliz e de se existir num presente em que apenas se sobrevive.

Outro aspeto a destacar é o elenco. Este é repleto de jovens atores, mas que não são tão novos no mundo dos cinemas. Chris Pine, conhecido por muitos dos seus papéis, aparece aqui como um rapaz rebelde que não conhece limites. Tendo muitas mudanças de humor, friso aqui uma das suas últimas cenas em que surge como um sínico afetado pelo ódio e pelo vírus. Esta transição de comportamento é feita inesperadamente, mas suavemente, como era de esperar de um ator com anos de experiência. Piper Perabo reforça também o seu papel com o seu imenso talento, principalmente pelo uso de expressões faciais.

No que toca às tonalidades que se encontram, podemos aludir que o azul e o amarelo são as cores de referência do filme. São aquelas mais acentuadas. Notamos também que os brancos aparecem como tons ou mais frios, virados para o azul, ou mais quentes, virados para o amarelo, sendo raras as vezes que se encontram brancos puros.

Em suma, como Pandemia é uma obra cinematográfica que fala de uma sociedade em contexto de pandemia, podemos sem dúvida encontrar teorias da conspiração significativamente iguais às que se falam hoje na conjuntura em que vivemos. Garantidamente inspirador e petrificante, ensina-nos a ser resilientes perante todas as situações de crise.

https://www.youtube.com/watch?v=JAnj_eZlRYw