Com a peça do poeta António Ferreira, Nuno Cardoso instala-se pela primeira vez no território de um cânone da dramaturgia portuguesa.
“Castro”, criação deste ano do Teatro Nacional São João (TNSJ), do Porto, chegou esta quinta-feira, dia 22 de outubro, ao Theatro Circo, em Braga. Trata-se de uma peça, escrita em 1587 e considerada a primeira e maior tragédia da dramaturgia portuguesa
O encenador da criação, revelou à RUM que a peça, “como todas as tragédias”, foca-se “num único dia e aqui é sobre o último de Inês de Castro”. Nuno Cardoso explica que o espetáculo “reflete a teimosia e a cegueira da emoção”.
A peça é composta por um elenco de oito atores, um dos quais Rodrigo Santos, que interpreta o infante D. Pedro. À RUM, o artista desvenda que o objetivo do espetáculo passa por aproximar o público a uma criação histórica de “uma forma concreta, visceral e emocional”.
O encenador Nuno Cardoso sublinha também que o espetáculo não quer seguir estritamente a dramaturgia do séc. XVI, assumindo a importância de adaptar a criação de António Ferreira aos dias de hoje. “Com esta peça, o TNSJ quer mostrar ao público o modo como estes assuntos, que normalmente são tidos de uma forma folclórica e iconográfica. Assim, são relevantes para os dias de hoje, na nossa ação como cidadãos”.