Dos disfarces sinistros às abóboras e fogueiras, das histórias fantasmagóricas às aventuras arrepiantes, o Halloween é a altura do ano em que, tanto miúdos como graúdos, podem abraçar um lado mais macabro da realidade. O Dia das Bruxas vem amedrontar-nos este sábado, dia 31 de outubro. Vindos do cesto da doçura e travessura, o ComUM traz os doces mais assustadores, as produções cinematográficas mais aterrodoras, para tornares a tua noite de Halloween mais realista.

Associados a estas sugestões podes encontrar os filmes e séries inseridas numa escala de terror (0-5), para que possas escolher aquelas que te vão fazer saltar do sofá ou aquela que não te vai deixar dormir durante uma semana. Para além desta ajuda sinistra, demarca-se as cenas mais assustadoras destas obras cinematográficas.

Ficheiros Secretos (1993-2018) – A recomendação serve tanto para a série Ficheiros Secretos como para qualquer um dos dois filmes da franchise. Repletos de atividade paranormal, tramas governamentais e de uma insaciável busca pela verdade que “anda por aí”, Ficheiros Secretos atravessa a corda bamba entre o cómico e o macabro com uma elegância muito singular. O destaque de arrepiar a espinha vai para a cena do primeiro filme da franchise onde Scully é mordida por uma abelha genéticamente modificada, interrompendo um dos mais aguardados momentos da saga inteira e propulsionando a trama numa espiral descendente. Nota: 4

Saw – Enigma Mortal (2004 – 2017) – De um modo conciso e concreto, há quem considere que saga de Saw não se encaixa no género cinematográfico. Eu, inclusive, acho que se aproxima mais do suspense e áquilo que intitulamos de gore. No entanto, se transpusermos a possibilidade das atrocidades retratadas virem a tornar-se reais, a dúvida rapidamente desvanece. Desde a curta-metragem de apresentação até ao último filme, detonamos perda de qualidade e uma repetição excessiva de plot. Contudo, nunca nos esqueceremos da cena Needle Pit do Saw II. Além do horror intrínseco, o episódio permite-nos perceber o quão longe os humanos estão dispostos a ir para a sua própria sobrevivência. Nota: 5

O Corpo de Jennifer (2009) – A longa-metragem conta com a participação de Megan Fox e Amanda Seyfried e tornou-se com o passar dos anos um clássico do Dia das Bruxas. Fox dá vida a Jennifer, uma adolescente comum que, após ser possuída por um demónio, começa a matar os rapazes da escola, depois de os seduzir. O momento mais assustador da narrativa é entregue no fim da obra cinematográfica, quando Jennifer se vira contra a melhor amiga e ameaça devorar-lhe a alma. Nota: 2

Conjuring – A Invocação do Mal (2013) é uma ótima escolha para esta quadra assustadora. O filme conta a história da família Perron, que se muda para uma casa onde impera a atividade paranormal. Após um longo período de sofrimento, decidem contactar Ed e Lorraine Warren, especialistas em casos paranormais. A longa-metragem atinge o auge do suspense e do medo numa cena preenchida pelo escuro da cave e pela luz de uma vela acesa, de onde acabam por surgir as mãos de um demónio. A banda sonora sinistra e o fantástico jogo de luzes e cores oferecem ao público uma experiência real e intimidante, que os deixará aterrorizados. Nota: 2

Split (2016) –  O filme norte americano conta a história de um homem com 23 personalidades que sequestra e aprisiona três adolescentes numa instalação subterrânea sinistra e isolada. Esta obra cinematográfica dá-nos conhecer a doença Transtorno Dissociativo de Identidade, onde o vilão passa de ser um homem agressivo de 40 anos, para uma criança de 9 em instantes. Acompanhando as vítimas a tentar escapar o mais rápido possível, viajamos também com elas para dentro do ecrã, em descoberta de uma explicação, que nos prende a respiração. Tentamos compreender o porquê de ele agir assim e as suas intenções. Uma das partes que sobressaem mais, é quando a rapariga principal está a tentar arranjar forma de escapar, mas ouve a voz de uma das outras prisioneiras a chamar por ela e tenta ajudá-la. Nota: 3

Nem respires (2016) – A longa-metragem retrata uma tentativa de assalto que termina numa corrida pela sobrevivência. Rocky, Alex e Money tentam assaltar um veterano da guerra e vêm-se confrontados com a impossibilidade de escaparem da casa. O filme é todo revestido por um suspense contagiante, que traz ao terror mundano pitadas de medo puro. No entanto, para além daquilo que é expectável para um filme de terror, este oferece ao espectador temas impensáveis e arrepiantes. A cena que mais se salienta é o momento em que um dos assaltantes está quase a escapar da casa do veterano, mas é retido inesperadamente. Nota: 2

Hereditário (2018) – O filme de Ari Aster é um complexo projeto de terror que joga com as emoções e sentidos do espectador. Os jump scares são muitas vezes substituídos por longos processos ao longo dos quais o medo vai crescendo. Depois da morte da matriarca da família Graham, toda a família permanece num sentimento pesado, negativo e estranho que varre a casa. Com o avançar do enredo percebemos que há algo que não está certo e, depois de alguns eventos marcantes, a família percebe que herdou um fardo indesejável. O momento mais aterrador ocorre quando o protagonista encontra um grupo de corpos decapitados numa posição de adoração a uma cabeça. Esta cena apresenta à personagem-principal um dos cenários mais perturbadores para a mente humana. Nota: 2 

Annabelle (2014 – 2019) – O spin-off de The Conjuring – A Evocação é já uma das trilogias clássicas de um serão que apela a uma noite mal dormida. A premissa do filme é bastante simples, uma boneca, por si só com aspeto diabólico, está envolvida em misteriosos acontecimentos. Desta forma, cabe a Ed e Lorraine Warren, investigadores de fenómenos paranormais, perceber o que se passa. O meu destaque vai para o momento em que um bebé se encontra em perigo, graças às brincadeiras de Annabelle. Poderia eleger algum jump scare, contudo, aquando a visualização do filme, sabemos de antemão o que nos espera. No entanto, o nosso lado humano é intolerável a situações que coloquem em risco os mais novos. Nota: 3

Nós (2019) – O filme, escrito e dirigido por Jordan Peele, estreou em 2019 e desde então, tem sido bastante aclamado pela crítica. A narrativa foca-se na reviravolta que a vida de uma pacífica família sofre quando, inesperadamente, é aterrorizada por um grupo de doppelgangers. A tensão é um efeito constante durante toda a longa-metragem, que se vai gradualmente tornando num denso quebra-cabeças. Assim, a mente do espectador tenta decodificar a imensidão de metáforas que constroem esta ficção, enquanto que o medo e a inquietação se apoderam de si. A cena mais marcante decorre quando a mãe, Adelaide, é confrontada pela indivídua fisicamente igual a si, sendo obrigada a lutar pela sua própria sobrevivência. Nota: 3,5

Kadaver (2020) – O filme norueguês estreou este mês na Netflix. Escrita e dirigida por Jarand Herdal, a longa-metragem conta-nos a história do Leonora, Jacob e Alice. Após um desastre nuclear, as pessoas veem-se obrigadas a viver na miséria. No entanto, a luz ao fim do túnel surge, um convite para uma peça de teatro. Apesar da estranheza, a promessa de uma refeição e a possibilidade de dar um sorriso à sua filha leva Leo e Jacob a aceitarem o convite. Sobre o nome The Hotel, a peça segue padrões inovadores, o palco é substituído pela totalidade do edifício e a única coisa que distingue os atores do público é uma máscara dourada. Se por si só a máscara não provoca algum receio, os acontecimentos seguintes deixam-nos desesperados e em busca de respostas. Realço assim o desaparecimento e a procura de Alice como um dos momentos mais assustadores e, acima de tudo, desamparadores. Nota: 4,5

Artigo por: Alice Costa, Ana Margarida Alves, Maria Beatriz Borges, Bruna Sousa, David Rodrigues, Ilda Lima e João Ângelo