O assunto alertou para as dificuldades que os cuidados primários de saúde sofreram, e estão a sofrer, durante a pandemia do Covid-19.
Na carta dirigida a António Costa, Ana Isabel Alves, profissional de saúde de Guimarães, aponta os condicionamentos impostos pelas medidas de contenção. Isto porque nunca se viram corrigidos para possibilitar o bom funcionamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A profissional de saúde esclarece que os doentes não conseguem marcar consulta no centro de saúde. Assim, por essa razão, recorrem diretamente ao serviço de Urgência do hospital “fazendo aumentar o tempo de resposta de situações de facto emergentes”.
“Não é aceitável que tenhamos que nos deslocar ao privado, quando temos um SNS para o qual contribuímos”, lamenta a enfermeira.
Ana Alves critica também as consultas feitas por telefone. Declara que “não é admissível” e reforça que os centros de saúde não podem funcionar maioritariamente por este meio.
A enfermeira finaliza a carta pedindo ao primeiro-ministro que reflita sobre o seu apelo, feito em nome de “todos os portugueses que merecem que olhem pela sua saúde, seja porque têm Covid-19 ou porque têm outros problemas de saúde mesmo em tempo de pandemia”.