A iniciativa tem como objetivo monitorizar ovos e larvas de peixes através de um sistema baseado em sequências de ADN de uma região pré-definida do genoma.
O projeto liderado pela Universidade do Minho recebeu esta quarta-feira uma bolsa de cerca de 300 mil euros, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa. O A-Fish-DNA-Scan tenciona melhorar a gestão sustentável de recursos pesqueiros na rota atlântica de Magalhães através do ADN. O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, marcou presença na sessão.
Este projeto é um dos prémios de Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico atribuídos no âmbito nas Comemorações do V Centenário da Viagem de Circum-Navegação. É coordenado por Filipe Costa, investigador do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA), e tem a parceria das universidades do Algarve, de Coimbra, Estadual de São Paulo (Brasil) e Técnica do Atlântico (Cabo Verde), além do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e do Instituto do Mar de Cabo Verde.
O A-Fish-DNA-Scan vai monitorizar ovos e larvas de peixes através de um sistema baseado em sequências de ADN de uma região pré-definida do genoma. Esta é um ação essencial para a gestão de recursos pesqueiros no sentido de sinalizar épocas de desova, assim como observar a abundância de stock de desovantes e o recrutamento de novos espécimes.
Dada a complexificação da identificação de ovos e larvas de peixes com base na sua morfologia, os cientistas vão implementar uma metodologia chamada “DNA metabarcoding”. Parecido com os códigos de barras dos produtos comerciais, são códigos de barras de ADN. Esta metodologia define para cada espécie uma sequência de bases do ADN que a caracterizam. Com esta abordagem, vai ser possível identificar espécies de peixes em menos tempo e com maior rigor.
O projeto prolonga-se até agosto de 2023 e quer contribuir para a agenda da iniciativa intergovernamental Atlantic Interactions.