Com a diminuição dos donativos e o aumento do número de pedidos de apoio, a responsável do Banco Alimentar insiste na atenção da sociedade civil à campanha online.

Banco Alimentar Contra a Fome de Braga registou um aumento de 3.200 pedidos de inscrição desde o início da pandemia, em Março. O crescente número de pedidos de ajuda obrigou à ativação da rede de emergência alimentar. Esta rede consiste numa parceria entre o Banco Alimentar e a Entrajuda. Tal conta com o apoio de Instituições de Solidariedade Social, Juntas de Freguesia e outras entidades prestadoras de apoio.

Em 2019, o Banco Alimentar Contra a Fome, em Braga, ajudou 39.290 pessoas e 291 instituições com um total de 1.625 toneladas de alimentos. Em 2020, nomeadamente desde março, registou-se um aumento de 3.200 pedidos de ajuda. Sem a campanha de recolha de géneros alimentares habitualmente realizada em maio, a maior parte dos donativos foi feito por grandes empresas e instituições.

Assim, a campanha saco de recolha de alimentos de novembro não se vai realizar e vai ser substituída pela campanha online. Pilar Barbosa, presidente do Banco Alimentar de Braga admite à RUM que o número de ajudas com este novo modelo diminuiu de forma drástica. “É evidente que vamos ter bastantes dificuldades, mas numa avaliação de risco percebe-se claramente que não é possível a realização da campanha saco”, alerta.

A responsável adverte que grande parte das doações foi feita por empresas associadas à rede de emergência alimentar e que “houve empresas e grandes doadores que se juntaram à rede de emergência, mas nada se compara a uma campanha saco”, afirma. Pilar Barbosa garante que as doações feitas por essas empresas e instituições permitiu, de alguma forma, compensar o baixo número de donativos conseguido na campanha online.

Por questões de segurança, o Banco Alimentar reduziu o número de voluntários, de forma a prevenir a ocorrência de possíveis contágios. Além de recusar pedidos de adesão de novos voluntários, a instituição está a dispensar alguns dos colaboradores habituais. A presidente da instituição lembra que, caso alguém fique infetado, o banco alimentar vai ter de encerrar, colocando, assim, em causa o apoio às famílias: “Havia pessoas que pretendiam ser voluntárias do Banco Alimentar e tivemos de dizer que não” explica.