O debate ocorreu em registo online e pôs em causa as prioridades orçamentais do governo.
A Associação de Debates Académicos da Universidade do Minho (ADAUM) organizou, este sábado, um debate associado ao tema ‘Cultura’. Esta discussão teve como posições que os governos, ao decidirem sobre seu orçamento, devem priorizar gastos públicos economicamente produtivos ou dar mais importância às artes e humanidades.
O primeiro Governo iniciou o seu discurso dizendo que iria defender “a priorização dos gastos publicamente produtivos, ou seja, a educação, o trabalho e a saúde”. Afirmou também que é necessário investir nas necessidades básicas, pois “se não investirmos em facilidade de obtenção de alimentação, o humano não pode sequer sobreviver”.
Para o primeiro Governo, investir na cultura é fazer “uma má gestão”. Concluiu o seu raciocínio, defendendo que “devemos investir nas pessoas e ao investir nas pessoas estamos a investir na cultura.”
A primeira Oposição começou por dizer que “não há necessidade de haver um desequilíbrio a nível de orçamentos”. Defendeu que da mesma forma que “os tais gastos públicos economicamente produtivos são importantes, o investimento na cultura também deve ser assegurado economicamente”.
A Oposição acredita que a arte pode ser “o ponto de refúgio que o cidadão comum necessita”. Adicionou que “não é a colocar a priorização de gastos públicos em cima do investimento das artes que conseguiremos evoluir a qualquer nível”.
O primeiro Governo interveio, afirmando que não desvaloriza a arte e a cultura, simplesmente foca-se “em prioridades que maximizam uma boa vida” e que “em vez de investir na oferta da cultura, investe-se na procura”.
A primeira Oposição voltou a falar, começando com a frase “Medicina, lei, negócios e engenharia são ocupações nobres, necessárias para manter a vida, mas poesia, beleza, romance e amor, essas sim, são as razões para se estar vivo”, de Robin Williams. Esta ‘acusa’ o governo de querer “transformar todos em máquinas de criação de riqueza”.
Sublinhou igualmente que “para além de desenvolver um PIB é necessário desenvolver aquilo que são as pessoas”. A primeira Oposição declarou ainda que “se não houver investimento no setor crítico, vai-se estar a declarar esse setor como irrelevante”. “Um setor no qual o Estado não investe é um setor que dificilmente se ergue por si próprio”, rematou.
A Adjudicação decidiu então, que a primeira Oposição ficou em primeiro lugar pois “desenvolveram melhor os argumentos”. Em relação ao primeiro Governo admite que houve “um problema de contextualização inicial”.