As eleições presidenciais dos Estados Unidos da América “têm uma influência em todos os cantos do mundo”. Quem o disse foi o professor José Palmeira.

O Centro de Estudos do Curso de Relações Internacionais (CECRI) realizou, esta segunda-feira, uma aula aberta, transmitida no canal de Youtube do núcleo. Contou com a presença do professor José Palmeira, que falou sobre as eleições dos Estados Unidos da América.

Um dos pontos discutidos foi a participação recorde nas respetivas eleições presidenciais. Sendo os EUA um estado federal, a maior participação eleitoral realiza-se a nível do estado federado, e não a nível nacional. Para o docente, o facto mais significativo desta elevada participação foi a “vontade de mudança ou mesmo a vontade de manter o mesmo cenário nos próximos quatro anos”.

Relativamente à demora da contagem de votos, o professor José Palmeira afirma que esta demora se deve às diversas eleições que ocorrem ao mesmo tempo nos Estados Unidos. “Nestas eleições os americanos não votam apenas para a Presidência da República, votam também para a totalidade dos membros da Câmara dos Representantes e para uma parte dos membros do Senado”, sublinhou.

Foi exposta também a ideia de uma grande bipolarização. Olhando para o mapa eleitoral, o centro é ocupado por uma grande mancha vermelha, os republicanos, e as costas por manchas azuis, os democratas. Apesar de Joe Biden ter conquistado menos estados, acabou por conquistar estados com maior população, logo estados com mais votos eleitorais.

“O que poderá mudar e manter com Joe Biden no governo?”. Esta foi uma das perguntas que surgiram na aula. Tal como o professor referiu, se o senado não apoiar Joe Biden, este vai ter muitas dificuldades.

No que se refere às relações com o mundo, o docente considera que Joe Biden fará de tudo para aproximar novamente os EUA da Europa. A respeito do Médio Oriente e da China, o mesmo acredita que não se sentirá alterações muito significativas. Já em relação à Rússia, o professor sustenta que “é natural que Joe Biden não seja tão aberto àquilo que são as exigências da Rússia e procura apesar de tudo, conter mais a Rússia”.