Nesta sessão foi discutido o efeito que a crise pandémica vai provocar na saúde mental tanto da comunidade académica da UMinho como também na sociedade em geral.

A segunda sessão de “COVID-i” decorreu nesta quinta-feira para responder a dúvidas, desafios ou ansiedades face à pandemia Covid-19. Os dois convidados da sessão foram dois professores da UMinho. Eugénia Ribeiro, também psicóloga e Pedro Morgado, psiquiatra.

A Associação de Psicologia em articulação com o P5 criou uma linha de intervenção em crise, SOS Covid-19. O projeto é focado nas dificuldades imediatas e na ativação de recursos que possam dar resposta à ansiedade, depressão ou sofrimento psicológico.

Pedro Morgado afirma que “Intervir em saúde mental é mais do que prestar apoio psicológico”. Para o psiquiatra, é importante que a comunidade académica seja informada e que saiba as regras que deve adotar. Apesar de ser uma comunidade muito heterógena e extensa, é necessário mobilizar todos para que cumpram as regras. Defende ainda que “a sensação de segurança e de conforto é fundamental para que nos sintamos bem neste momento difícil”.

A escola de Medicina, em colaboração com o P5, desenvolveu também uma plataforma que permite ao utilizador monitorizar os seus sintomas depressivos e ansiosos para que compreenda se precisa de conversar com a linha de apoio psicológico ou com um profissional de saúde.

A professora de psicologia e o professor de medicina sabem que as comunidades escolares estão a ser muito afetadas pela pandemia, uma vez que trouxe receios e incertezas sobre o futuro que muitos deles nunca tinham experienciado. No entanto, também percebem que nem todos vão ser impactados da mesma maneira.

Ainda assim, os docentes sabem que o impacto na fase da adolescência para a idade adulta vai ser mais sentido quando comparado com os adultos. Os estudantes estavam numa fase de consolidação dos seus projetos de vida e “uma interrupção nesta idade tão relevante do ponto de vista do desenvolvimento tem um impacto que se espera muito elevado” refere Pedro Morgado.

Eugénia Brito e Pedro Morgado aproveitaram para dar um conselho tanto aos estudantes como também a todas as pessoas. “É importante manter rotina tal como tinham até ao início da pandemia e conseguir organizar a sua vida. Fazer desporto, dedicar tempo para cuidados pessoais e além do mais, continuar a arranjar-se como se fossem para o trabalho ou para as aulas. Só assim conseguem manter-se focados de modo a obter um comportamento mais ativo. Os professores sabem que não está a ser fácil, mas recomendam que todos mantenham o sentido de continuidade porque em cada pessoa há coisas que se mantém”.

A Universidade do Minho tem então dado muita atenção a estas questões da saúde mental da comunidade académica disponibilizando ferramentas, projetos e serviços para garantia do bem estar. No entanto, Pedro Morgado reforça a importância de cada pessoa recorrer ao Serviço Nacional de Saúde caso não tenham possibilidades para comportar os custos. É necessário ter em atenção que no SNS esses apoios são gratuitos.