Greenland – O Último Refúgio, filme lançado nos cinemas a 24 de setembro de 2020, retrata uma história cativante sobre uma família em luta pela sua sobrevivência quando se depara com um catastrófico desastre natural. A longa-metragem revela-se uma ótima obra cinematográfica uma vez que vivemos na iminência das consequências das alterações climáticas.

O filme retrata uma realidade dramática e cataclísmica de um cometa que virá atingir a Terra, enquanto uma família tenta manter-se unida perante o desastre. John Garrity (Gerard Butler), um construtor de edifícios, a sua ex-mulher Allison (Morena Baccarin) e o jovem filho de ambos – Nathan (Roger Dale Floyd), lutam então na esperança de se manterem vivos e juntos após receberem convites do Governo para se abrigarem num bunker na Gronelândia (convites estes que são limitados e apenas acessíveis a um grupo restrito de pessoas). Este objetivo é dificultado por várias reviravoltas e claro está, pelo pânico geral de uma civilização que faz de tudo para conseguir sobreviver.

O que é particularmente bom nesta ação é o retrato de uma sociedade totalmente desigual. Desta só existe um grupo restrito e privilegiado de pessoas que são “escolhidas” para poderem ter a hipótese de sobreviver. A restante parte da civilização, após confrontada com a possibilidade de ser dizimada, acaba por fazer de tudo para conseguir resistir.

Embora este cenário seja particularmente trágico, demonstra com bastante sinceridade e dureza o carácter egoísta e amargo assente no fator humano, em que é literalmente cada um por si. A obra cinematográfica chega ainda a representar cenas bastante fortes e bem desempenhadas, de como este ponto é levado ao extremo. Desde o uso de uma criança como passaporte para a salvação, a assaltos a supermercados e farmácias, o filme evidencia claramente como as pessoas apenas pensam unicamente em subsistir, independentemente das atrocidades e atos pouco morais que podem cometer até alcançar isso.

Para além disso, o desempenho fenomenal dos papéis por parte dos atores faz com que nos liguemos em especial à história de uma família que, num começo está totalmente fraturada, mas de tudo faz para conseguir permanecer junta. Este sentido de união destaca-se, uma vez que a catástrofe e o consequente egoísmo da sociedade são fatores tão marcantes. Porém, o que nos faz literalmente ficar envolvidos na história é este mesmo vínculo familiar que os protagonistas (Gerard Butler, Morena Baccarin e Roger Dale Floyd) combinam e enlaçam de uma maneira bastante encorajadora e inspiradora.

Greenland – O Último Refúgio é uma longa-metragem bastante realista, onde os efeitos especiais estão bastante bem concedidos. Para além disso, prende-nos com a bravura e persistência da unidade de um elo familiar, graças à excelente representação e harmonia entre o elenco principal.