Love and Monsters estreou a 16 de outubro no serviço de streaming da Amazon. A longa-metragem retrata uma aventura fantástica à base de comédia e não de terror. A aventura conta com Dylan O’Brien no papel principal e com a realização de Michael Matthews, que fez um excelente trabalho ao trazer suavidade a toda a azáfama de um apocalipse.
A história segue Joel Dawson, que após sete anos a viver no subsolo, decide ir à procura da sua namorada de secundário. Pelo caminho enfrenta todo o tipo de monstros perigosos que o colocam à prova e o fazem descobrir a coragem que tinha e que desconhecia.
Ao contrário do habitual, o melhor do filme incide na alteração dos principais objetivos do protagonista, ao longo da história. Uma decisão arrojada que poderia ter “estragado” a obra cinematográfica, mas que neste caso foi realizada com sucesso.
Num primeiro instante, depois de se reconetar pela rádio com Aimee, Joel descobre que ela está a 130km de distância. Pensando que não existe nada para ele no bunker, decide aventurar-se por amor. Num segundo momento, depois de fazer uma amizade com outros dois sobreviventes, Clyde e Minnow, e um cão adorável, Boy, Dawson aprende como sobreviver e percebe que o seu desenvolvimento pessoal de bravura é mais importante do que a sua “demanda” original.
Clyde é apresentado como a figura paternal do filme e é das personagens mais bem desenvolvidas. Ensina a Joel que nem mesmo no fim do mundo, ele precisa de se resignar. Mostra-lhe também que os bons instintos são melhorados pelos erros. A personagem oferece deixas que fazem tanto o protagonista como o público refletir.
O que falta, no entanto, é o elemento surpresa. Embora haja um interessante plot-twist perto do final que muda as convicções de Dawson, a maioria do filme, incluindo o próprio fim, é muito previsível. Faz lembrar uma mistura de Gravity Falls (2012-2016) com Maze Runner (2014). No entanto, apesar de mais antigo, os efeitos especiais deste último filme, foram melhor trabalhados do que em Love and Monsters.
A parte emocional do filme é, por si só, uma situação irónica, uma vez que é obtida da relação de Joel com um robô. Num mundo distópico em que 95% da população mundial desapareceu, os laços criados com os sobreviventes deviam ser o mais forte possíveis, mas na longa-metragem são demasiado forçados. A relação emocional surpreendente do filme é desenvolvida com um elemento, que à partida é livre de emoções e, no entanto, oferece aos espetadores 10 minutos de esperança.
O filme termina com um final feliz, o mais feliz possível durante um apocalipse, e destaca a necessidade de ser corajoso e de não se esconder nas sombras, ou, neste caso, debaixo da terra. Em 109 minutos de ecrã, Love and Monsters explora a catástrofe e oferece uma nova ação com uma profundidade cómica bastante interessante.
Título Original: Love and Monsters
Realização: Michael Matthews
Argumento: Brian Duffield, Matthew Robinson e Brian Duffield
Elenco: Dylan O’Brien, Jessica Henwick, Michael Rooker e Ariana Greenblatt
Canadá
2020