O Presidente da República explica que o novo estado de emergência vai ser diferente, mas "muito mais limitado" e preventivo.

Um possível novo estado de Emergência está a ser ponderado pelo Presidente da República. Na entrevista desta segunda-feira à RTP, conduzida por António José Teixeira, Marcelo Rebelo de Sousa confessa que “não haverá confinamento geral, mas novas medidas vão prolongar-se durante mais tempo”.

Este estado de emergência “permite dar mais força jurídica às decisões do Governo”, na medida em que há punições. O cenário pode vir a ser destinado para quatro situações:

  1. Reforçar as equipas de rastreamento e acompanhamento, com funcionários públicos e privados.
  2. Poder medir a temperatura no local de trabalho assim como em locais públicos.
  3. Poder requisitar meios e recursos do setor privado e social.
  4. Restringir a circulação (recolher obrigatório).

Da primeira vez que o estado de emergência foi decretado, “era um fenómeno novo com a economia estabilizada”. Atualmente “sabe-se lidar com a pandemia mais que na altura”, afirma o Presidente da República. Aumentou o número de testes, mas não há “máquina” que faça o rastreio das pessoas infetadas. No entanto, “ninguém tem garantia que daqui a 15 dias não se passe para mais do que 121 concelhos”.

Marcelo Rebelo de Sousa confessa que teve algumas “guerras” com os portugueses. “Umas ganhei, outras não”. Deu o exemplo das máscaras, que desde cedo que o Presidente as usava na rua e espaços públicos. E, uma guerra que deu como perdida é as situações dos números. Explica que não é possível controlar os ambientes privados de cada um, mas é possível controlar eventos como a Festa do Avante! ou a Fórmula1 no Algarve, daí haver discrepância no número de pessoas permitidos.

“Há um cheiro a crise política desde que começou a pandemia”, confessa o PR, explicando que houve desacordo entre os partidos desde a primeira renovação do estado de emergência. Mesmo assim, declara que “convinha que não se juntassem três crises”, a sanitária, económica e social e a política.

A possível recandidatura foi o tema que fechou a entrevista. Marcelo Rebelo de Sousa admite que não foi eleito a pensar numa recandidatura, porque até lá tem de “tratar da pandemia”. O calendário das eleições eleitorais vai ser conhecido em fins de novembro.