O Plano de Recuperação e Resiliência apresentado pelo Governo, as eleições presidenciais dos EUA e o sistema eleitoral português foram alguns dos pontos abordados.
Luís Marques Mendes participou, esta quinta-feira, no último momento das Jornadas de Engenharia Industrial. O evento, organizado pelo Núcleo de Estudantes de Engenharia e Gestão Industrial da UMinho (NEEGIUM) encerrou com um painel de opinião sobre “O Futuro da Nação” onde, para além de Luís Marques Mendes, participou Francisco Cordeiro de Araújo, fundador do projeto de Responsabilidade Cívica “Os 230”.
Em relação ao estado de emergência que o país enfrenta devido à pandemia, o comentador político reconheceu que se vive uma “situação grave” e que “nestas últimas duas semanas, em vez de melhorar, piorou”. Acrescentou, ainda, que o facto de a “situação em Portugal estar a ser mais grave que noutros países da Europa” se deve à “demora em tomar medidas na segunda fase (da pandemia)”.
O conselheiro de estado usou “a Bélgica, a Alemanha, a França e Espanha” como exemplo de países que “estão a começar a achatar a curva”. Frisou, ainda, o facto de “as nossas medidas ainda não estarem a dar resultado”. Apelou, também, a que “todos nós, cidadãos, possamos ser mais responsáveis” e que “as medidas tomadas pelo governo e pela Direção-Geral da Saúde sejam tomadas a tempo e horas e que tenham efeitos positivos”.
As eleições presidências nos EUA foram outro assunto do painel. Luís Marques Mendes afirmou que o resultado “representa alívio e uma mudança histórica de modernidade”. Completou que o “alivio” se estende ao país, uma vez que “Portugal tem relações com os EUA”, mencionado a base aérea das Lajes.
A mudança do sistema eleitoral português tem sido defendida “há mais de vinte anos” por Luís Marques Mendes. Acredita que “tem três defeitos fundamentais”. O primeiro baseia-se no facto de que “quando há eleições nacionais, as pessoas vão votar em deputados, mas não sabem os deputados que estão a escolher”. “O segundo grande problema é que, como as pessoas não conhecem os deputados que estão lá dentro, os chefes partidários metem dentro das listas os que tem competência e o que não tem, por amiguismo”. O terceiro defeito firma-se de “na prática, quem está a escolher os deputados, não são os eleitores. Quem escolhe são os partidos”. Concluiu admitindo que “apesar das exceções, a regra é esta e não devia ser assim”.
As Jornadas de Engenharia e Gestão Industrial 20 tinham como objetivo aproximar os alunos da realidade empresarial e complementar a sua formação. O evento pode ser visto na página de Facebook do NEEGIUM.