O movimento HeForShe visa propagar e desmistificar o feminismo, particularmente em estudantes universitários. As candidaturas a novos membros estão, neste momento e até esta quarta-feira, abertas.
O HeForShe é um movimento de solidariedade, iniciado em 2014 pela ONU Mulheres, cujo objetivo se pauta pelo encorajamento e consciencialização de todos os géneros sobre a igualdade de género. Em entrevista ao ComUM, as atuais coordenadoras da organização na Universidade do Minho, Sara Manuela, estudante de Relações Internacionais, e Ana Miguel Pimenta, aluna de Educação, explicam como é regulado o projeto, enunciam quais as metas do mesmo, bem como reafirmam a importância desta que é “uma luta de todos”.
Para Ana Miguel Pimenta, é no facto de o ensino em Portugal não abordar “de forma suficiente a desigualdade de género” aliado a “muitos estudantes pertencerem a meios menos desenvolvidos onde o desequilíbrio se acentua” que está a relevância de trazer este movimento para a Universidade do Minho. De mencionar que o HeforShe chegou à academia minhota em 2018 pelos alunos Maria Garcêz, Miguel Silva e Catarina Ferreira.
“Infelizmente, a sociedade e mesmo os media não dão tanto valor aos feitos femininos como aos feitos masculinos”, considera Sara Manuela quando questionada sobre as adversidades enfrentadas pelas mulheres na sociedade. Segundo as representantes do movimento, existem vários problemas na realidade portuguesa que impedem o país de atingir a igualdade que procuram.
O acesso diminuto a cargos de alta gestão é um deles. Ambas as estudantes defendem que é “essencial que as mulheres sejam representadas na política e na economia”, uma vez que estes setores “gerem e governam todos” e, por isso, “devem ser abrangentes, e considerar todas as experiências e perspetivas”. Dado isto, Sara Manuela mostra-se a favor da existência de quotas de género, pois crê que um equilíbrio de género em, por exemplo, partidos políticos “é um exemplo para outras mulheres”.
Noutro assunto preocupante da realidade portuguesa, a violência doméstica, o núcleo feminista pretende “ser um grupo de ajuda” no reconhecimento dos comportamentos de violência física e psicológica. Tenciona igualmente elucidar não só as vítimas, mas também a quem conhecer um destes casos sobre como agir nestas situações.
As atividades do HeForShe que estão, por enquanto, suspensas devido à pandemia, procuram mostrar que “acreditar no feminismo, defender o feminismo e ser feminista é pura e simplesmente defender a igualdade de género”, afirma Sara Manuela. Apesar das tentativas de deturpação do termo feminismo, Sara e Ana pretendem também deixar claro que este movimento defende, não apenas os direitos da mulher, mas também os do homem.
A nível de organização interna, o núcleo está dividido em quatro departamentos, três dos quais estão, neste momento, a recrutar novos membros. O Cultural e Recreativo é responsável pela organização de atividades. Já o de Relações Públicas e Comerciais contacta as pessoas externas ao núcleo. Por fim o departamento de comunicação e imagem está encarregue de criar as imagens e os meios de divulgação de eventos ou notícias e também de gerir o Facebook e o Instagram do núcleo.
“Temos de ser agentes da mudança, e consciencializar a população para a relevância desta luta”, diz convicta Ana Miguel Pimenta, enunciando o slogan do movimento “Se não eu, quem? Se não agora, quando?”.
Artigo por: Catarina Roque e Raquel Rodrigues