Lançado em maio deste ano, o disco “Mínima Luz” ecoou pela sala do gnration. O álbum é uma coletânea de músicas com mensagens fortes e subtis, que não se desvanecem no tempo.

Esta sexta-feira à tarde, o palco do gnration ficou reservado para a histórica banda portuense Três Tristes Tigres. O grupo apresentou o novo disco “Mínima Luz”, composto e produzido por Alexandre Soares e Ana Deus. O trabalho conta com participações do baterista Fred Ferreira, do baixista Rui Martelo, do percussionista Gustavo Costa e da harpista Angélica Salvi. Além disso, teve a colaboração da poetisa e dramaturga Regina Guimarães.

Com boa disposição, os Três Tristes Tigres subiram ao palco. Tiraram a máscara, símbolo dos tempos que correm, só aquando da chegada aos respetivos instrumentos. “É uma das vantagens do ofício”, brincou Ana Deus, vocalista da banda. A música “Estado de Espírito” abriu o concerto, num consenso entre uma letra penetrante, acordes de guitarra subtis e ritmo criterioso.

Outros temas exibidos foram “Jasmim” e “Galanteio”, sons vitalmente exóticos. Os músicos estavam vestidos de cores escuras, enquanto a tela estava preenchida por projeções de cores quentes. Em “língua franca”, composição já com a presença de harpa, persistia uma letra pura e ritmo calmo. Por trás, na tela, imagens que arriscavam parecenças com vulcões e o fundo do mar, numa estética quase mítica.

Quase no fim, “Ruído Rosa”, um clássico, reverberou pela sala. Foram minutos de um ruído audível e perfurante. Todo o espetáculo ficou marcado pela voz ímpar e inconfundível de Ana Deus e gestos expressivos de todos os membros da banda, desde bater o pé a vergar as costas. Em alguns momentos, viam- se pessoas a dançar sem saírem da cadeira.