O equipamento promete dar uma resposta a “casos mais difíceis”, até agora encaminhados para cadeira de rodas.

A Escola de Engenharia da Universidade do Minho (EEUM) vai apresentar esta sexta-feira um andarilho inteligente. Este foi concebido para melhorar a locomoção dos doentes e a terapia de reabilitação física. A inovação, distinguida pelo Instituto Nacional para a Reabilitação, envolve também o Hospital de Braga e as empresas OrthosXXI e Tecnicunha.

“Esta tecnologia 100% portuguesa permite melhorar a estabilidade e a marcha patológica do paciente, além de monitorizar o seu estado físico. Assim, apoia os terapeutas numa reabilitação eficaz e inteligente”, explica a coordenadora do projeto, Cristina Santos. A professora do Departamento de Eletrónica Industrial da EEUM refere também que “o aparelho permite uma maior segurança mesmo nos casos mais difíceis”.

A estabilidade que diferencia este “smart walker” é conseguida com o recurso à inteligência artificial e a um design próprio, garantindo menor probabilidade de incidentes para quem padece de descoordenação de movimentos ou ataxia. O equipamento permite também vários modos de utilização: o manual garante um total controlo do utilizador e de outrem, à distância; o pré-programado ou autónomo ajusta-se ao percurso e desvia-se de obstáculos; e o misto tem alarmes para avisar dos riscos.

O objeto multifuncional permite ainda realizar o apoio ao diagnóstico através da quantificação e análise da marcha. Através de um sistema de sensores, o andarilho recolhe dados posturais e gestuais, permitindo estabelecer padrões para posteriores avaliações médicas e terapêuticas.

Este projeto, designado “EML – Equipamento Multifuncional de auxílio técnico à Locomoção”, envolveu engenheiros eletrotécnicos, informáticos, biomédicos e clínicos. O equipamento nasceu no centro Algoritmi, evoluindo depois para o Centro de Investigação em Microssistemas Eletromecânicos (CMEMS), ambos no polo de Guimarães da Universidade do Minho. A inovação foi validada nos serviços de Ortopedia e de Reabilitação do Hospital de Braga e no Centro Clínico Académico, tendo sido alvo de teses de mestrado e doutoramento em Engenharia Biomédica.

A apresentação de sexta-feira vai  então decorrer online a partir das 9h30, na qual Cristina Santos vai divulgar as descobertas técnicas e terapêuticas ligadas ao novo andarilho. A iniciativa prevê também as intervenções de Filipe Coutinho, diretor-geral da TecMinho, Sofia Couto, gestora de projetos da Agência Nacional da Inovação, Francisco Silva, diretor-geral da OrthosXXI, e António Cunha, gerente da Tecnicunha.