Dia 18 de novembro de 2020, fez 11 anos desde que Lady Gaga lançou The Fame Monster. Um trabalho que é considerado um dos álbuns mais marcantes de sempre para a música pop.
Após anos a tentar o sucesso na indústria do cinema, Stefani Joanne Germanotta decidiu virar a atenção para a música. Depois de um ano a apresentar-se como The Stefani Germanotta Band, a cantora reinventou-se completamente e foi aí que nasceu Lady Gaga. Dois anos mais tarde, em 2008, surgiu The Fame e meses mais tarde, em 2009, foi lançada a reedição, The Fame Monster.
O álbum diferencia-se da primeira versão porque contém oito faixas que Gaga descreve como sendo complementares às primeiras 15. O projeto tem algumas das músicas mais icónicas da última década como, por exemplo, “Bad Romance”, “Just Dance”, “Poker Face” e “Alejandro”. Apesar de ser indiscutivelmente um dos álbuns contemporâneos de pop mais bem-sucedidos de sempre, as músicas são igualmente influenciadas por estilos como glam rock, dance e electropop.
The Fame Monster abre com um inesquecível “oh-oh-oh-oh caught in a bad romance”. Exatamente, a primeira música no álbum é nada mais, nada menos, que Bad Romance. Este hino, que conta a história de um relacionamento tóxico e não compreendido, é esclarecido com aquele que é considerado por muitos o melhor videoclipe de sempre. A ponte que tem um dos ritmos mais reconhecíveis no universo musical é tudo aquilo que alguém precisa para desfilar e sentir que está no topo do mundo.
No grupo de músicas que são adicionadas a Monster, cada uma representa um dos oito medos na vida de Gaga. “Bad Romance” expressa o medo de amar, “Alejandro” mostra o medo de homens, “Monster” explica o medo de sexo. Lady Gaga escreve “Speechless”, que fala do medo da morte, como um apelo a que o pai se submeta a uma cirurgia responsável por lhe salvar a vida. Com Dance In The Dark, Gaga representa o medo da fama e aquilo que esta faz às pessoas.
De seguida, o ouvinte chega a “Telephone”, uma colaboração com a Queen B, Beyoncé. Esta faixa fala do medo que Gaga tem de se comprometer a situações definitivas, ou seja, fala do apreço que é atribuído à liberdade. É impossível ficar indiferente ao ouvir a colaboração entre duas das maiores artistas de sempre. Tanto Little Monsters como Beyhive estão à espera da sequela que foi prometida em 2010, mas a esperança começa a desaparecer 10 anos depois.
Em “So Happy I Could Die”, Lady Gaga revela o medo que tem do vício em drogas e álcool. Na última faixa do LP, “Teeth”, podem ser delineadas “duas coisas, uma um bocadinho juvenil, uma conotação provocadora e sexual que é sobre sexo oral, mas também está presente na música o medo da verdade”, diz Lady Gaga numa entrevista para a MTV. No fim das oito faixas do Monster (LP), o público teve entrada livre ao museu que é a mente de Gaga.
Passa por um dos melhor concebidos sons da carreira de Gaga, Dance In The Dark. A música é intensamente influenciada por música eletrónica e dark pop, mas também é intensa por si só. Interferências propositadamente criadas para puxar o tapete por baixo dos pés do ouvinte e deixá-lo a questionar tudo o que sabe sobre a música da Lady Gaga. A ponte é muito marcante, presta homenagem a ícones da cultura pop que conhecemos e é, claramente, influenciada pela ponte da Vogue de Madonna.
Naquilo que toca ao corpo original do projeto The Fame, podem ser ouvidos temas intemporais como “Just Dance”, “Paparazzi” e “Poker Face”. Todo o som no projeto é bastante coeso e bem conceptualizado. Tudo está no sítio onde devia estar e, quando não está, é como se Gaga estivesse conscientemente a bater o pé e a revolucionar a estrutura musical, tal como é esperado desta artista tão controversa.
Esta parte do projeto, é marcada por influências do synth-pop dos anos 80, techno Groove e por David Bowie, Blondie e Queen. O uso de elementos musicais tradicionais e clássicos como o piano e percussão, juntamente com elementos modernos e futuristas sintéticos e alteração moderada da voz da cantora, elevam este projeto a um nível difícil de alcançar.
Mesmo depois de 11 anos, The Fame Monster continua a ser um dos maiores projetos musicais mais marcantes de sempre. A influência do álbum de estreia de Gaga, ainda hoje, é inegável e prova o triunfo do mesmo sobre o teste o tempo.
Álbum: The Fame Monster
Artista: Lady Gaga
Editora: Interscope Records
Data de Lançamento: 18 de novembro de 2009