A véspera de Natal é o dia em que as ruas estão mais agitadas. É dia de visitar alguém de quem gostamos, de nos aperaltarmos e, claro, de comprar algum presente esquecido. É o dia das correrias por tudo e por nada. E tal não podia deixar de acontecer sem uma boa banda sonora a acompanhar. Deixemos os clássicos e paremos de repetir as mesmas músicas ano após ano. A equipa ComUM preparou sugestões das melhores músicas de Natal às quais ninguém presta atenção.
“I Saw Mommy Kissing Santa Claus” (1952) – Escrita por Tommie Connor, “I Saw Mommy Kissing Santa Claus” foi gravada pela primeira vez em 1952. Com apenas 13 anos de idade, Jimmy Boyd tomou as rédeas da composição natalícia e presenteou-nos com uma caricata apresentação. Desde a década de 1950 até à data, com a interpretação de Dolly Parton em A Holly Dolly Christmas, conseguimos encontrar versões da música com estilos para todos os gostos. Começamos com a versão infantilizada de Jimmy Boyd, passamos pelo rock and roll das The Ronettes (1963), revisitámos a voz característica de Michael Jackson em Jackson 5 (1970) e ainda podemos apreciar a sua versão jazz com Janice Hagan (2005). Independentemente do estilo que optarmos, a composição é inegavelmente brincalhona, fazendo qualquer um esboçar um sorriso.
“Let’s Unite The Whole World At Christmas” (1968) – Por entre o saxofone de St. Claire Pinckney e Maceo Parker, o baixo de Alfonzo Kellum, os sinos de Gene Redd, a bateria de Clyde Stubblefield e Nate Jones e a trompete de Richard Griffith e Waymon Reed, temos acesso a um instrumental que facilmente nos conseguiria desviar da verdadeira mensagem de “Let’s Unite The Whole World At Christmas”. No entanto, James Brown não o permite. Além da voz característica, as suas variações chamam-nos à atenção e trazem-nos o ensinamento, transcrito num anseio, que é bastante simples: “Can we learn to love, so we don’t have to worry? / No hate, all good for all sisters and brothers / If a bell could ring and make the whole world sing / Let’s unite the whole world at Christmas time”.
“It’s Christmas Time Again!” (2012) – 16 anos depois de lançarem a primeira música de Natal, “Christmas Time”, os Backstreet Boys lançaram, em 2012, o hino natalício “It’s Christmas Time Again”. Subestimada, esta música pop natalícia é capaz de animar até o espírito mais triste naquela que é considerada a melhor época do ano. Vamos às compras, preparamos a consoada, jogamos karaoke com as típicas músicas, ano após o ano. Afirmo com certeza que quem nunca ouviu esta música magnífica está, definitivamente, a perder algo que podia fazer esta festividade ainda mais colorida.
“Merry Xmas (Says Your Text Message)” (2012) – Perante uma playlist de Natal, conseguimos dividir claramente as músicas que contam a história original da quadra – o nascimento e chegada do Salvador -, daquelas que nos falam, única e exclusivamente, de uma predisposição instantânea da época para encontrarmos e estarmos com a pessoa que amamos. Apesar de também haver intermédios nas categorizações referidas, a verdade é que nunca esperaríamos uma música de natal sobre o término de um relacionamento. Felizmente, os Dragonette fazem-no com a maior das facilidades e sem qualquer pudor na linguagem. Por entre um instrumental new wave, ouvimos “Merry Xmas says your text message / But you’re late by a day or two / So mine says thanks a lot and fuck you”. Apesar de ser um tema difícil, é tratado de uma forma muito leve, mantendo a esperança com o que advém do próximo ano.
Christmas Saves The Year (2020) – Parece retirada de um filme encantado. Um ruído de rua, uns guizos e uns beats acolhedores invadem os primeiros momentos da música como se se estivesse a tratar da chegada do famoso senhor de fatiota vermelha e barba branca. Sabemos que estamos perante uma verdadeira música de Natal. Quando o mundo como o conhecíamos parece estar de pernas para o ar, Twenty One Pilots entregam uma música que diz verdade. Afinal, num ano que pôs todos à prova, o que é preciso este Natal é estarmos em casa com os nossos- “Everybody wants to make it home this year/ Even if the world is crumblin’ down”.
Artigo por Bruna Sousa, Daniela Pinto e João da Silva