O CECRI apresenta o segundo café debate que contou com a participação do professor Pedro Ponte e Sousa e do professor Frederico Seixas Dias.
O Centro de Estudos do Curso de Relações Internacionais (CECRI) realizou, esta quinta-feira, dia 10 de dezembro o segundo café debate. O tema debatido foi “O Impacto dos Discursos Populistas na Ordem Internacional: casos dos EUA e do Brasil”. Neste segundo café desenrolou-se uma reflexão sobre a tendência global de ascensão do populismo.
Frederico Seixas Dias inicia a sua participação por discutir o conceito de populismo, segundo certos autores. Tal como o mesmo afirma, “o populismo é uma resposta iliberal nascida na democracia a um liberalismo que não é capaz de promover a democracia. O populismo quer derrubar essas elites políticas que controlam o país”. A atuação do professor na Universidade de Brasília centrou-se essencialmente no impacto dos discursos populistas no caso do Brasil, na qual se orientou pelas questões “ como o populismo no brasil entrou pela política externa?” e “as raízes culturais, sociológicas e históricas do Brasil são algo que traz mais tendência ao populismo?”.
Posteriormente, Pedro Ponte Sousa inicia a sua intervenção afirmando que a ideia de populismo traz certos problemas. Entre os problemas apresentados, o docente na Universidade Portucalense alega que existe um problema com a definição, visto que “perdemos tanto tempo a definir o que é o populismo”. O mesmo utiliza o exemplo das eleições presidenciais em Portugal, afirmando que “ não há um candidato de quem não se diga que não é populista”. Logo, chega-se à conclusão de que se todos os candidatos são populistas, o populismo não nos vai servir para nada.
O segundo problema exposto vai ao encontro da operacionalização. De forma a explicar este problema, o professor faz uma pergunta retórica. “Se usamos discursos tão diferentes dentro do rótulo do populismo, então para que é que ele serve?”.
Ainda durante a intervenção de Pedro Ponte Sousa, expõe, tal como Frederico Seixas Dias, que o populismo existe e está em ascensão em todos os continentes. Expõe igualmente que na América Latina o populismo é mais histórico do que em qualquer outra zona do mundo e que a enorme desigualdade económica é aproveitada para este discurso.
Os temas são constantemente expostos através de perguntas retóricas como é o exemplo da pergunta “até que ponto o populismo é inerentemente mau?”. Relativamente ao caso do populismo nos EUA, o tema é debatido através da pergunta “será que o populismo desaparecerá sem Trump?”.
Tal como o professor Pedro Ponte e Sousa referiu no final do debate, esta iniciativa do CECRI não se baseou apenas na temática exposta no título, mas sim também se debruçaram bastante na definição de populismo e noutros casos sem ser os EUA e o Brasil.