A eurodeputada Isabel Estrada, uma das convidas do evento, realçou que “períodos como o que se está a atravessar, de pandemia, são muito propensos a regressões de vários níveis, em matéria de direitos sociais, económicos e de direitos cívicos”.

O Núcleo de Estudantes de Ciência Política (NECP) realizou, esta sexta-feira, uma mesa redonda intitulada de “Mulheres na Política”. O direto no Facebook contou com a eurodeputada Isabel Estrada, a docente da UTAD Alina Sousa Vaz e com a jornalista política do Expresso Liliana Valente.

Sobre o lugar das mulheres na política, Isabel Estrada afirmou que “não há qualquer razão intelectual, biológica, ou de qualquer outra natureza que justifique a não presença das mulheres na política. É uma questão de justiça, de ética e de cumprimento dos direitos humanos”.  Também, Liliana Valente destacou que nunca sentiu “que a política não fosse um lugar para as mulheres”.  “Agora, há uma coisa que eu sinto, é que a sociedade como um todo, ainda olha para a mulher de uma maneira diferente do homem”, acrescentou a jornalista do Expresso.

Alina Sousa Vaz confessou que nunca sentiu “discriminação” na política. “Faço questão de dizer que eu não estou ali a preencher um espaço de uma cota de mulher. Estou ali a preencher o espaço do meu trabalho que é conquistado por mim. A mulher quando está na política tem de se afirmar”, referiu.

No âmbito do seu papel como eurodeputada, Isabel Estrada reconheceu o percurso do Parlamento Europeu. “Nestas eleições de 2019, temos cerca de 39,5% de mulheres eleitas no parlamento, que é um bom número se nós tivermos como referência de onde partimos. Nas primeiras eleições para o parlamento, em 1979 era 16,4/16.6 % e, portanto, esta grande casa da democracia que hoje representa 27 estados membros, também fez e continua a fazer um longo percurso”, observou.

Liliana Valente elogiou o exemplo que muitas mulheres têm dado na política que “leva a que outras pessoas também vão”. Sobre o seu papel enquanto jornalista, acredita que não faz diferença no papel da mulher. “Eu sou jornalista, sou mulher e sou feminista, mas não sou ativista porque me falta tempo. Há outras jornalistas mais empenhadas no tema da igualdade de género”, salientou.

Ainda sobre o que se pode fazer para que a mulher tenha um papel maior na política, Isabel Estrada sublinhou que “temos de lutar continuamente para que não haja regressões. Períodos como o que estamos a atravessar, de pandemia, são muito propensos a regressões de vários níveis, em matéria de direitos sociais, económicos e de direitos cívicos”.

Também, Liliana Valente reconheceu que “temos um caminho longo” para percorrer e que “a base de tudo é uma educação para a política e uma educação para o papel do homem e da mulher”. Por sua vez, Alina Vaz referiu que é fundamental “trazer as mulheres para a política”.