A candidata às Eleições Presidenciais de 2021 apresentou as motivações que levaram à candidatura e a importância da pluralidade nas eleições.
A eurodeputada apoiada pelo Bloco de Esquerda Marisa Matias concorre uma vez mais às presidenciais que ocorrem em janeiro do próximo ano. Em conversa com a Associação de Estudantes de Direito da Universidade do Minho (AEDUM), a candidata admite que há um claro favorito e que tudo aponta para uma eleição logo na primeira volta. No entanto, reforça a importância da pluralidade nas eleições uma vez que se está “em democracia e em democracia a pluralidade é uma virtude”. “Espero que a gente não perca essa virtude de vista”, salienta ainda.
Quando questionada sobre a fragmentação da esquerda nas três candidaturas, Marisa Matias acredita que esta multiplicidade pode trazer uma maior mobilização do voto. Tal porque “uma única candidatura à esquerda nunca iria ser consensual para dispensar as outras”.
Em relação ao percurso do atual Presidente da República, Marisa Matias admite que tem pontos em que se identifica com Marcelo Rebelo de Sousa, nomeadamente, a questão dos cuidadores informais e na defesa pelos direitos dos sem abrigo. No entanto, as questões que motivam a sua candidatura estão relacionadas com os Serviços Públicos, em particular, o SNS, os trabalhadores e o combate à precariedade. O combate às alterações climáticas também está na agenda, sendo que “esta é uma crise que tem de ser respondida agora”.
Para a eurodeputada é ainda necessária uma agenda que responda a questões de igualdade de género, luta antirracista e direitos das pessoas. Marisa Matias refere que “isso tem ficado um pouco em segundo plano e o mesmo se passa do ponto de vista de liberdades e direitos fundamentais”.
Quando o assunto é a resposta de Portugal à pandemia, a candidata sublinha que “do lado das autoridades de saúde as respostas à pandemia têm sido mais positivas enquanto que do lado da resposta social tem ficado aquém do expectável”. “As medidas para combater a crise pandémica deviam ter sido acompanhadas de medidas de proteção social para proteger os cidadãos da crise económica e social que o país está a enfrentar e que continuará durante os próximos anos”, disse.
Declara igualmente que houve erros que teriam de ser ultrapassados: “À medida que se vai identificando lacunas e fragilidades na resposta, espera-se que esses fossem corrigidos, por um lado. Por outro, à medida que se impõe restrições é necessário dar apoio social para que as pessoas possam cumprir essas restrições sem terem que escolher entre proteger-se e proteger os outros ou passar fome”.
Em relação às eleições do próximo ano, Marisa Matias espera que, apesar das circunstâncias, seja possível um debate sério para mobilizar as pessoas a votar. Na conversa com André Teixeira, presidente da AEDUM, a eurodeputada referiu ainda o papel de Portugal e da Europa em relação aos refugiados e às violações dos Estados de Direito na Europa, a questão da extrema direita e a importância dos jovens na política atual.