Mosul estreou em novembro na Netflix e dá-nos a conhecer uma realidade que nos é próxima, mas que não é tão percetível. O grande achado deste filme é a sua temática e as suas imagens fortemente impactantes, fornecidas por Matthew Michael Carnaham, que nos apresenta um mundo sem filtros e longe de ser perfeito.
A longa-metragem faz a cobertura da guerra em Mossul contra o Estado Islâmico. Assim, no seu decurso, acompanhamos o caminho feito pela equipa de Nineveh Swat que tenta com todas as forças derrubar o ISIS e salvar a vida de inocentes. Esta equipa detém um propósito misterioso e ao tentar preenchê-lo depara-se com várias adversidades e atrocidades às quais terão de fazer frente.
Impactante, chocante e enigmático são três das muitas palavras que poderia escolher para descrever esta obra cinematográfica no que toca à sua riqueza imagética. Como sabemos, os filmes de guerra são sempre muito realistas e este não foge à regra, fazendo com que nos apercebamos da podridão que nos rodeia. Deste modo, somos presenteados com imagens que mexem muito connosco emocionalmente, desde a destruição de um país, a crianças com a cara ensanguentada cujos pais estão mortos.
A mensagem do filme é também um dos seus pontos fortes, pois a certo momento damos conta de que a guerra consegue mesmo mudar uma pessoa por completo. Percebemos ainda que deixa marcas, mexe com a nossa cabeça e que torna-nos pessoas irreconhecíveis. É este acumular de acontecimentos que torna Mosul um pouco confuso, juntando ainda o facto de no início, não termos contexto suficiente para perceber o objetivo daquela equipa estar a fazer aquilo. Chegando só à resposta no final.
Em suma, temos aqui uma caixa do tesouro repleta de imagens inacreditáveis, fortes e repletas de consciência e conhecimento, mas uma embrulhada em termos de contexto, o que não me parece ser normal.